Famílias começam a voltar para o sul do Líbano após cessar-fogo

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Um acordo de cessar-fogo entre o Hezbollah e Israel entrou em vigor às 23h de ontem (horário de Brasília), após a aprovação pelo gabinete de guerra de Israel da proposta negociada entre EUA, França e Líbano.

Pelo tratado, o Hezbollah se compromete a retirar suas forças para o norte do rio Litani, a 30 km da fronteira, e a parar o lançamento de foguetes. Em contrapartida, Israel deve retirar suas tropas do Líbano e suspender o bombardeio do país. A área entre o rio Litani e a fronteira com Israel será patrulhada pelo Exército libanês e por forças da ONU.

O confronto entre Israel e o Hezbollah deixou mais de 3,7 mil mortos no Líbano, a maioria depois do início da campanha de bombardeios quase diários e da invasão do território libanês pelo Exército israelense há dois meses.

Caminho de volta

Milhares de famílias deslocadas pela ofensiva militar israelense começaram a voltar para o sul do Líbano nesta quarta-feira. Segundo reportagem da BBC, um trecho da viagem entre Beirute e a região de fronteira com Israel, que normalmente é feito em 20 minutos, está levando mais de quatro horas devido aos grandes congestionamentos. Alguns carros levam bandeiras do Hezbollah e fotos do líder Hassan Nasrallah, assassinado por Israel.

O retorno dos deslocados é estimulado pelo governo libanês. "Eu os convido a voltar para casa. Voltem à sua terra", disse o porta-voz do Parlamento, Nabih Berri. Apesar do cessar-fogo em vigor desde a madrugada, Israel alertou que a volta de civis para algumas regiões do sul do Líbano ainda não é segura.

G7 x Venezuela

Os ministros de Relações Exteriores dos países do G7, grupo de países industrializados liderados pelos EUA, afirmaram em comunicado conjunto nessa terça-feira que o povo venezuelano fez "escolha clara" por Edmundo González Urrutia, "de acordo com os registros eleitorais disponíveis publicamente". A nota afirma que o grupo continuará a apoiar os esforços de parceiros regionais por uma "transição pacífica que respeite a vontade dos eleitores".

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O governo da Venezuela classificou a declaração como fruto do "complexo colonialista e imperialista" e acusou o G7 de tentar criar um "Guaidó 2.0", em referência ao líder da oposição venezuelano que se autodeclarou presidente interino em 2019 e foi reconhecido pelos EUA e por vários de seus aliados.

A resposta do México

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, ameaçou ontem impor tarifas sobre produtos americanos em retaliação à sobretaxa de 25% anunciada por Donald Trump a importações do México e do Canadá. "O fenômeno da migração ou o consumo de drogas nos Estados Unidos não será resolvido com ameaças ou tarifas", disse Sheinbaum, lendo trecho de um carta enviada por ela a Trump.

Sob pressão do Parlamento para também retaliar, o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, adotou uma postura mais cautelosa e disse que teve uma "conversa construtiva" com Trump por telefone. Além da tarifa de 25% sobre produtos mexicanos e canadenses, Trump também anunciou uma sobretarifa de 10% para itens chineses, que já haviam sido penalizados pelo governo Biden.

Rússia tem avanço inédito

As forças russas estão avançando na Ucrânia no ritmo mais rápido desde o início da invasão, em fevereiro de 2022, segundo reportagem da agência de notícias Reuters. Há relatos de que, só em novembro, as tropas de Putin tomaram mais de 600 quilômetros quadrados do território de Zelensky e já controlam 18% da área do país.

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"Os avanços das forças russas no sudeste da Ucrânia são, em grande parte, o resultado da descoberta e da exploração tática de vulnerabilidades nas linhas da Ucrânia", disse o Instituto para o Estudo da Guerra, com sede em Washington.

Nessa terça, porém, o governo russo admitiu pela primeira vez danos ao seu sistema de defesa antiaérea, provocados por mísseis de longo alcance americanos disparados pela Ucrânia. E hoje o Parlamento russo aprovou um aumento de 30% no orçamento militar.

Mulheres em trajes típicos passeiam pelo jardim do Palácio Gyeongbokgung após a maior nevasca já registrada em Seul
Mulheres em trajes típicos passeiam pelo jardim do Palácio Gyeongbokgung após a maior nevasca já registrada em Seul Imagem: Anthony Wallace/AFP

China verde

As emissões de gás carbônico da China devem atingir seu pico neste ano ou no que vem e então começar a cair, na visão de um crescente números de especialistas, segundo o site de notícias americano Semafor. Desde 2015, o país é responsável por 90% do crescimento das emissões de gases do efeito estufa.

A tendência de reversão dessa situação é resultado do boom na produção de equipamentos de energia sustentável pelo país. De acordo com o Global Energy Monitor, a China tem projetos de energia solar e eólica em andamento que totalizam 339 GW, o dobro da capacidade do restante do mundo.

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Na opinião do professor Jeffrey Frankel, da Universidade de Harvard, porém, tarifas alfandegárias sobre produtos chineses impostas pela Europa e pelos EUA podem atrasar o avanço em países do Ocidente.

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