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Procurador-geral do Peru anuncia renúncia após decisões contra Lava Jato

03.jan.2019 - Manifestante pede a saída procurador-geral do Peru, Pedro Gonzalo Chávarry, durante protesto contra corrupção em Lima - Ernesto Benavides/AFP
03.jan.2019 - Manifestante pede a saída procurador-geral do Peru, Pedro Gonzalo Chávarry, durante protesto contra corrupção em Lima Imagem: Ernesto Benavides/AFP

08/01/2019 01h22

O polêmico procurador-geral do Peru, Pedro Gonzalo Chávarry, anunciou que nesta terça-feira (8) apresentará sua renúncia, em meio à rejeição popular por seus supostos vínculos com a organização criminosa "Os Colarinhos Brancos do Porto" e por suas decisões contra a equipe especial do caso Lava Jato.

"Estou convocando a Junta de Procuradores Supremos para 8 de janeiro, quando por respeito à minha instituição e por amor a Deus e a minha família apresentarei minha carta de renúncia ao cargo de procurador-geral da Nação", escreveu Chávarry no Twitter.

Chávarry diz em seu comunicado que é um democrata com trajetória limpa e impecável na aplicação da Justiça.

"Sou pretexto para que continuem estes atos ilegais contra a instituição que represento como Procurador da Nação. Estou convocando a Junta de Procuradores para apresentar minha renúncia".

A demissão de Chávarry ocorre no momento em que o Congresso debate um projeto de lei apresentado pelo presidente Martín Vizcarra para declarar o Ministério Público em emergência, o que permitiria a demissão do procurador-geral e o afastamento temporário dos membros da Junta de Promotores Supremos.

Chávarry provocou a ira de diversos setores ao anular, no dia 31 de dezembro, "as designações (dos procuradores) de Rafael Vela e José Domingo Pérez para as investigações do caso Odebrecht.

Os dois procuradores voltaram às investigações 48 horas depois do afastamento, por decisão do próprio Chávarry, diante da negativa dos substitutos de assumir o caso Odebrecht.

Chávarry também é suspeito de manter ligações com o ex-juiz do Supremo César Hinostroza, suposto líder dos "Colarinhos Brancos do Porto".

Hinostroza é considerado o líder da organização criminosa e está foragido na Espanha, onde foi detido após ter seu asilo negado.