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Estado Islâmico realiza primeiro ataque após a queda do califado na Síria

AFP
Imagem: AFP

26/03/2019 12h14

O grupo do Estado Islâmico (EI) reivindicou hoje um ataque em Manbij (norte) no qual morreram sete combatentes da aliança curda-árabe que anunciou no domingo a eliminação do "califado" da organização jihadista na Síria.

De acordo com o Conselho Militar de Manbij, que faz parte das Forças Democráticas da Síria (FDS), homens armados abriram fogo e mataram sete de seus membros em um posto de controle na noite de ontem.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) confirmou este balanço.

Três outros combatentes das forças curdas ficaram feridos, segundo a mesma fonte.

O EI reivindicou este ataque em uma mensagem publicada em sua conta do Telegram.

"Soldados do califado atacaram um posto de controle das FDS e foram confrontados com metralhadoras", segundo o texto.

Este é o primeiro ataque do EI contra as forças antijihadistas apoiadas pelos Estados Unidos desde a queda anunciada de "califado" no sábado em Baghuz (leste).

"Depois da vitória contra o EI, entramos na era das células adormecidas", declarou à AFP o porta-voz do Conselho Militar de Manbij, Sherfan Darwich.

"Essas células são ativadas para realizar ataques, mas vamos por fim às suas operações", acrescentou.

Trata-se do pior ataque contra Manbij desde o reivindicado pelo EI em janeiro, no qual morreram 19 pessoas, quatro delas americanos da coalizão antijihadista, segundo o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

O grupo ultrarradical, que já reivindicou vários ataques contra esta localidade, fez uma convocação para que suas forças ataquem os contingentes curdos por "vingança".

Manbij era um dos bastiões do EI na Síria antes de ser controlado pela SDS.

De acordo com o OSDH, centenas de combatentes do FDS perderam suas vidas na Síria desde agosto em ataques atribuídos às células adormecidas do EI.

Perigo adormecido

Vários jihadistas do EI que se escondiam em cavernas durante a queda gradual de seu "califado" em Baghuz se renderam noe domingo as forças curdo-árabes, conforme informaram as Unidades de Proteção do Povo (YPG), milícia curda que é a espinha dorsal das FDS.

As FDS anunciaram no sábado a vitória sobre os jihadistas em Baghuz, encerrando assim o califado proclamado pelo EI em 2014 e que chegou a ocupar amplos territórios na Síria e Iraque.

Neste último país o EI foi derrotado em dezembro de 2017.

Para celebrar a vitória, os combatentes das FDS hastearam sua bandeira amarela em Baghuz, onde os extremistas resistiram até o fim.

Durante seis meses de ofensiva, mais de 630 civis foram assassinados, informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Também morreram quase 1.600 jihadistas e 750 combatentes das FDS.

De acordo com os números mais recentes divulgados pelas FDS, mais de 66.000 pessoas abandonaram esta área do leste da Síria desde o início de janeiro, incluindo 5.000 jihadistas e 24.000 integrantes de suas famílias.

As autoridades curdas sírias alertaram para uma eventual fuga de jihadistas e o abandono das crianças que foram expostas à propaganda do EI. Segundo elas, esse conjunto representa um grande perigo.

Nos campos de deslocados estariam mais de 3.500 filhos de jihadistas, procedentes de mais de 30 países, segundo a ONG Save The Children.

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