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Chanceler venezuelano compara a situação da Venezuela com a da Síria

O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, durante sua entrevista na ONU - Seth Wenig/Associated Press
O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, durante sua entrevista na ONU Imagem: Seth Wenig/Associated Press

04/04/2019 17h16

O ministro venezuelano das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, disse em Damasco nesta quinta-feira que existem semelhanças entre o que acontece em seu país e o início da guerra síria, mas que querem evitar um conflito semelhante ao que rasga o país árabe desde 2011.

Arreaza, que foi recebido pelo presidente sírio, Bashar al-Assad, acusou os Estados Unidos de quererem provocar uma guerra civil, assegurando que seu governo contará com diplomacia e diálogo para evitar que isso aconteça.

"Quando o presidente Al Assad descreveu os passos anteriores e os passos dos primeiros dias da guerra contra a Síria, pudemos identificar imediatamente semelhanças com o que vivemos na Venezuela", disse o ministro das Relações Exteriores durante uma entrevista coletiva com seu colega sírio Walid al Mualem, noticiada pela agência síria Sana.

"É o mesmo inimigo, com os mesmos interesses", acrescentou, referindo-se aos Estados Unidos.

"Dissemos ao presidente Al Assad que a experiência da Síria serve para nós, nos dá lições e também ideias para ganhar essa guerra", disse.

"Há semelhanças e diferenças entre ambos os processos, mas, em nosso caso, com nossos amigos no mundo, temos que evitar a guerra", afirmou Arreaza, descartando um confronto militar.

Segundo a agência oficial síria Sana, o presidente sírio disse durante seu encontro com Arreaza que "o que aconteceu na Venezuela é parecido com o que aconteceu com a Síria, onde o objetivo era exercer uma tutela sobre os países, tirando-lhes suas decisões independentes".

O líder opositor Juan Guaidó criticou nesta quinta-feira uma reunião do chanceler da Venezuela com o presidente sírio, Bashar al Assad, indicando que pretende dissuadir a comunidade internacional de apoiar seus esforços para tirar do poder o mandatário Nicolás Maduro.

"Sabemos qual é a resposta do regime, sabemos por que se reúne com o Bashar al Assad, com o Hezbollah. Querem subir uma aposta que não podem pagar", disse Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países liderados pelos Estados Unidos.