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Coreia do Sul nomeia embaixador nos EUA que chamou Trump de 'traiçoeiro'

Lee Soo-hyuck foi nomeado o novo embaixador da Coreia do Sul em Washington - Yonhap/AFP
Lee Soo-hyuck foi nomeado o novo embaixador da Coreia do Sul em Washington Imagem: Yonhap/AFP

Em Seul

09/08/2019 07h12

O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, nomeou hoje como embaixador nos Estados Unidos um diplomata que descreveu Donald Trump como "traiçoeiro", apenas um mês depois que o enviado britânico a Washington teve que deixar o cargo por suas críticas ao presidente americano.

Lee Soo-hyuck, um diplomata de carreira que mais tarde se tornou legislador do partido no poder, foi o principal negociador de Seul nas conversações de seis anos sobre o programa nuclear da Coreia do Norte no início dos anos 2000.

Ele agora vai liderar as relações entre Seul e Washington, que nem sempre concordam com relação à Coreia do Norte.

As críticas a Trump aconteceram no ano passado, de acordo com o jornal Chosun Ilbo.

Lee foi questionado sobre um incidente na Casa Branca, quando o presidente americano não quis que traduzissem a resposta de Moon a um jornalista, dizendo: "Tenho certeza de que já ouvi isso antes".

"Esse é o estilo de Trump. Não acho que tenha sido a única coisa que ele fez com Moon. É traiçoeiro", disse Lee ao jornal, afirmando que durante seu tempo como empresário, antes de chegar à Casa Branca, Trump costumava dizer coisas pouco sinceras.

Sua indicação ocorre apenas um mês depois que o embaixador britânico em Washington renunciou porque Trump o criticou por causa de uma série de comentários que fizeram as relações entre o Reino Unido e os Estados Unidos ficarem tensas.

Em telegramas diplomáticos vazados e publicados pelo jornal britânico The Mail on Sunday, Kim Darroch chamou o presidente dos Estados Unidos de "incapaz" e seu governo de "disfuncional".

Trump respondeu com uma série de tuítes enfurecidos, em que ele disse que não iria lidar com Darroch novamente, a quem ele considerava "um cara estúpido" e um "idiota pretensioso". Ele também criticou a então primeira-ministra britânica, Theresa May.

Seul e Washington mantêm uma aliança de segurança e os Estados Unidos possuem 28.500 soldados mobilizados no país para protegê-lo de seu vizinho do norte.