Coronavírus é tragédia inimaginável nos lares para idosos, diz OMS
As mortes causadas pelo coronavírus nas residências para idosos, que representam até metade dos falecimentos em alguns países, são uma "tragédia humana inimaginável" - afirmou o diretor para Europa da Organização Mundial da Saúde, Hans Kluge, nesta quinta-feira (23).
Nestes estabelecimentos, a situação é "profundamente preocupante", acrescentou Kluge, em videoconferência com a imprensa, de Copenhague, sede do braço europeu da OMS.
Segundo cálculos preliminares da instituição em alguns países, "até metade das mortes por covid-19 é de residentes de instituições de cuidados de longa duração", relatou.
Até 13 de abril, das 444 mortes registradas na Irlanda, 55,2% foram nesse tipo de estrutura. Em 15 de abril, a França anunciou que 49,4% dos mortos moravam em estabelecimentos para idosos, conforme os números informados pela OMS à AFP.
Para Kluge, "existe uma necessidade imediata e urgente de repensar e adaptar o funcionamento" destes estabelecimentos frente à epidemia.
Trata-se, em particular, de priorizar os testes, de equipar bem os profissionais da saúde e de organizar unidades especiais para os doentes com covid-19.
"Muitas pessoas muito idosas, que são frágeis e vivem com múltiplas doenças crônicas, têm boas chances de se recuperarem, se forem bem atendidas", afirmou.
Quase metade dos casos notificados de covid-19 no mundo foi registrada na seção Europa da OMS, que compreende 53 países tão heterogêneos quanto Rússia e Andorra.
Esta seção da OMS se preocupa com o aumento dos casos em sua parte leste, em particular na Rússia, na Turquia e na Ucrânia.
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