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China denuncia 'ataque mesquinho' dos EUA após promulgação de lei sobre uigures

14.dez.2015 - Muçulmanos uigures em Kashgar, na província de Xinjiang, extremo oeste da China - Adam Dean/The New York Times
14.dez.2015 - Muçulmanos uigures em Kashgar, na província de Xinjiang, extremo oeste da China Imagem: Adam Dean/The New York Times

De Pequim

18/06/2020 00h40

A China criticou nesta quinta-feira a promulgação de uma lei promovida pelo Congresso dos Estados Unidos que impõe sanções às autoridades chinesas acusadas das prisões em massa de uigures muçulmanos na região de Xinjiang, no noroeste do país.

A lei, assinada pelo presidente americano, Donald Trump, nesta quarta, visa conter "autores de violações e abusos dos direitos humanos, com o recurso sistemático de campos de doutrinação, trabalho forçado e vigilância intrusiva para erradicar a identidade étnica e crenças religiosas de uigures e outras minorias na China", segundo um comunicado da Casa Branca.

A lei é um "pequeno ataque à política da China em Xinjiang", respondeu o Ministério das Relações Exteriores da China, alertando que "os Estados Unidos sofrerão as consequências".

O texto foi aprovado em 27 de maio pela Câmara dos Representantes por uma grande maioria (413 votos), após passar por unanimidade pelo Senado alguns dias antes.

A lei poderia complicar ainda mais as relações já tensas entre as duas potências mundiais.

O Secretário de Estado americano, Mike Pompeo, está no Havaí para se reunir com o representante do governo chinês Yang Jiechi, com o objetivo de reduzir as tensões.

Os uigures são um dos 56 grupos étnicos presentes na China. Principalmente muçulmanos, a maioria fala uma língua da família turca e compõe pouco menos da metade das 25 milhões de pessoas que vivem em Xinjiang.

Essa enorme região do oeste da China faz fronteira com vários países da Ásia Central.

Organizações de direitos humanos e de outros países ocidentais que acusam a China de ter mantido reclusos ao menos um milhão de muçulmanos em "campos de reeducação" em Xinjiang.

Pequim nega esse número e fala em "centros de treinamento profissional", que funcionariam para apoiar o emprego e combater o extremismo religioso.