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Morte de adolescente negro detido causa consternação nos EUA

Prefeita de Washington, DC, renomeou uma rua em frente à Casa Branca como "Black Lives Matter" (Vidas Negras Importam, em tradução livre) - Tasos Katopodis/Getty Images
Prefeita de Washington, DC, renomeou uma rua em frente à Casa Branca como 'Black Lives Matter' (Vidas Negras Importam, em tradução livre) Imagem: Tasos Katopodis/Getty Images

em Washington (Estados Unidos)

08/07/2020 20h54

A divulgação de um vídeo que mostra um adolescente negro perdendo a consciência depois de ser sufocado por funcionários de um centro para menores infratores gerou consternação nos Estados Unidos.

Cornelius Fredericks, de 16 anos, morreu em 1º de maio, dois dias depois de ser empurrado e imobilizado no chão por educadores da Academia Lakeside em Kalamazoo, Michigan, por jogar um sanduíche contra outro garoto na cafeteria local.

O vídeo da câmera de vigilância mostra Fredericks jogando o sanduíche da mesa e vários homens o atacam, o derrubam e se apoiam sobre seu corpo para controlá-lo.

Cerca de 10 minutos depois, o jovem parece inconsciente e a equipe tenta revivê-lo com manobras de massagem cardíaca antes de pedir ajuda médica.

Sua morte é similar a de George Floyd, um afro-americano assassinado em 25 de maio por um policial branco que o sufocou em uma rua de Minneapolis durante sua prisão.

Sua agonia foi filmada, viralizou nas mídias sociais e desencadeou raiva nos Estados Unidos contra o racismo e a brutalidade policial.

Este "vídeo horrível" de Fredericks revela uma "cultura de medo e abuso" naquele centro criminal onde a prática "regular" de asfixia "é uma forma de punição", disse Geoffrey Fieger, advogado da família da vítima.

O jovem "foi executado em 29 de abril pelo crime de jogar um sanduíche", relatou.

Os sete oficiais que o detiveram "o privaram de oxigênio e seu cérebro sofreu danos irreversíveis", afirmou.

Dois educadores e uma enfermeira foram acusados de homicídio involuntário e agressão.

O advogado entrou com ações civis em junho contra o pessoal envolvido e contra a empresa privada contratada pelo estado de Michigan para administrar o centro.

"Embora Cornelius Fredericks tenha gritado 'eu não consigo respirar', as autoridades continuaram segurando-o de maneira inadequada, matando-o", destacou o advogado em sua queixa.

O representante legal da família da vítima declarou na terça-feira que a empresa que administra o centro propôs um acordo amistoso de pelo menos um milhão de dólares como indenização.

Em junho, o governador do Michigan denunciou a morte "sem sentido" e "intolerável" do garoto e anunciou o fim do contrato com a empresa privada.