Nova economista-chefe do BM pede que G20 estenda alívio da dívida
A nova economista-chefe do Banco Mundial, Carmen Reinhart, alertou para não "confundir retomada com recuperação" e instou o G20 a estender os atuais benefícios da dívida para os países mais pobres.
Os ministros da economia do G20 realizarão uma reunião virtual no sábado, na qual discutirão a extensão desse benefício.
Em abril, o G20 concordou com uma moratória de um ano no serviço da dívida, a pedido do FMI e do Banco Mundial, para ajudar os 76 países mais vulneráveis do mundo, e instou o setor privado a se unir em meio à pandemia de coronavírus. .
Reinhart disse que esse passo foi "útil", mas "infelizmente, não foi tão longe quanto o desejado".
"Ainda estamos aguardando a participação do setor privado e de membros fora do Clube de Paris (de credores)", disse.
Os governos dos países mais desenvolvidos precisam ter "a vontade de fazer algo mais abrangente", que inclua "uma parcela maior dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento".
Reinhart se diz "um pouco cética" e observou que a China é um credor maior do que os membros do Clube de Paris como um todo, mas oferece pouca transparência sobre a quantidade de ajuda que está oferecendo.
Ela também pediu ao setor privado que faça um esforço maior.
A chefe do Banco Mundial também expressou preocupação com "a desconexão entre a intensa pandemia da COVID-19", com seu forte impacto na atividade econômica e no comportamento dos mercados financeiros, que não refletiam "a profundidade e a duração da profunda crise".
As bolsas de valores dispararam nas últimas semanas com sinais de recuperação da atividade econômica, enquanto que as medidas de confinamento se flexibilizavam.
"Acho que temos uma tendência a confundir retomada com recuperação; uma retomada após um colapso", apontou Reinhart. "Não é o mesmo que uma verdadeira recuperação" que continua "em um futuro distante", concluiu.
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