Em contingente recorde, voto latino será fundamental nas eleições de 2020 nos EUA
Minoria étnica mais populosa dos Estados Unidos, os latinos poderão votar em número recorde nas eleições de 3 de novembro, sendo um eleitorado fundamental para as campanhas do presidente republicano, Donald Trump, e do seu rival democrata, Joe Biden.
Seguem abaixo alguns fatos sobre eleitores latinos, de acordo com o Escritório do Censo, o Pew Research Center e a consultoria Latino Decisions.
Quantos latinos há nos EUA?
A população hispânica nos Estados Unidos é de cerca de 60,6 milhões de pessoas, representando 18% do total até julho de 2019.
A maioria tem o México como local de origem (61,9%), seguido de Porto Rico, território dos Estados Unidos no Caribe (9,7%, sem contar a população que reside na ilha).
Depois deles, estão Cuba (4%), El Salvador (3,9%) e República Dominicana (3,5%).
Os venezuelanos foram o grupo que mais cresceu nos últimos anos entre os latinos nos Estados Unidos, assim como os guatemaltecos e hondurenhos.
Quantos estão habilitados a votar?
Cerca de 32 milhões de latinos podem votar na próxima eleição, o que os torna a maior minoria racial e étnica do eleitorado, com 13,3% do total, diante dos 7,4% em 2000.
Um quarto dos eleitores latinos elegíveis são cidadãos naturalizados.
Onde estão concentrados os eleitores latinos?
Cinco estados concentram o maior número de eleitores hispânicos: Califórnia (7,9 milhões), Texas (5,6 milhões), Flórida (3,1 milhões), Nova York (2 milhões) e Arizona (1,2 milhão).
No Novo México, os latinos constituem a maior proporção de toda a população elegível para votar (43%); na Flórida, são 20% do total.
Os latinos irão votar?
Nos Estados Unidos, só porque uma pessoa pode votar não significa que ela se registrou para fazê-lo. A abstenção entre os latinos tem sido, tradicionalmente, alta.
Na última eleição presidencial, de 2016, esperava-se uma participação recorde, mas apenas 47,6% participaram, não ultrapassando os 48% em 2012, e ficando abaixo dos 49,9% em 2008.
As eleições de meio de mandato de 2018 geraram mais entusiasmo entre os latinos. Porém, o medo da Covid-19 e a falta de informação sobre o voto pelo correio podem dificultar a participação dos hispânicos, segundo pesquisas.
O voto latino é republicano ou democrata?
Historicamente, os hispânicos votam mais nos democratas, identificados com a cor azul, do que nos republicanos, associados ao vermelho.
O democrata com maior apoio latino foi Bill Clinton, em 1996 (73%), seguido do republicano George W. Bush, em 2004 (44%).
Em 2016, a democrata Hillary Clinton recebeu 66% dos votos latinos, em comparação com 28% para o republicano Trump.
Em quais estados o voto latino pode ser decisivo?
Nos Estados Unidos, o presidente e o vice-presidente são eleitos por voto indireto. Para vencer, o candidato deve obter pelo menos 270 votos do Colégio Eleitoral. Exceto em dois estados (Nebraska e Maine), o candidato que obtém a maioria dos votos obtém todos os grandes eleitores do estado.
Isso explica a importância dos estados "pendulares", onde a preferência dos eleitores oscila entre republicanos e democratas, versus os estados "seguros", onde um partido tende a ter grande vantagem sobre o outro.
De acordo com uma pesquisa do Voter Participation Center/Voto Latino, o voto hispânico pode ser decisivo em seis estados: Arizona, Flórida, Carolina do Norte, Nevada, Pensilvânia e Texas.
O que mostram as pesquisas?
As pesquisas mostram Biden liderando nacionalmente a corrida eleitoral, com 49,3% das intenções de voto, contra 43,1% para Trump, com base na média compilada pela RCP (Real Clear Politics).
Entre os latinos, a liderança nacional foi ainda maior em uma pesquisa recente do Fundo Educacional NALEO e da consultoria Latino Decisions: Biden tinha 65% e Trump, 24%.
Na Flórida, um estado "pendular" importante, onde 20% do eleitorado é latino, Biden supera Trump em apenas 1,6 ponto percentual, com base na média do RCP.
Quais os principais assuntos para os latinos nestas eleições?
Três assuntos preocupam os eleitores latinos, uma população desproporcionalmente atingida em termos de saúde e finanças pela pandemia do novo coronavírus: a economia (80%), os cuidados de saúde (76%) e o gerenciamento da covid-19 (72%).
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