Topo

Esse conteúdo é antigo

Irmã de Kim Jong Un critica ministra sul-coreana por comentário sobre coronavírus

Kim Yo Jong, irmã do líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, em Hanói -
Kim Yo Jong, irmã do líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, em Hanói

09/12/2020 06h39

Seul, 9 dez 2020 (AFP) - Kim Yo Jong, irmã do dirigente norte-coreano Kim Jong Un, chamou a chefe da diplomacia sul-coreana de "insolente" por duvidar que a Coreia do Norte esteja livre do coronavírus, como alega Pyongyang, informou a imprensa oficial hoje.

A Coreia do Norte fechou as fronteiras em janeiro e se isolou do mundo exterior em uma tentativa de evitar os contágios. O governo insiste que o país não registrou nenhum caso.

Kim Jong Un, líder norte-coreano, reiterou em outubro a afirmação durante um gigantesco desfile militar.

Analistas consideram pouco provável que o país tenha sido poupado do coronavírus, que foi detectado pela primeira vez na vizinha China, seu principal sócio comercial e doador.

A ministra das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Kang Kyung-wha, afirmou em um fórum no Bahrein que "é difícil acreditar" que a Coreia do Norte não registrou casos, antes de acrescentar que Pyongyang não respondeu às ofertas de ajuda de Seul para enfrentar pandemia.

A pandemia "tornou de fato a Coreia do Norte mais Coreia do Norte, mais fechada, em um processo de decisão vertical onde há muito pouco debate sobre as medidas para enfrentar a covid-19", disse Kang.

"Todos os sinais indicam que o regime está muito concentrado em controlar a doença que dizem não ter".

Kim Yo Jong, principal assessora do líder norte-coreano, criticou as declarações de Kang em um comunicado divulgado pela agência oficial de notícias hoje, no qual a acusa de tentar piorar as já tensas relações entre os países vizinhos.

"Pode-se ver pelas declarações insolentes que fez, sem levar em consideração as consequências, que está disposta a esfriar ainda mais as relações entre o Norte e o Sul da Coreia", afirmou Kim.

"Nunca esqueceremos suas palavras e talvez tenha que pagar caro por isso", completou.

As negociações de Pyongyang com Washington e Seul estão paralisadas desde o fracasso da reunião de 2019 em Hanói entre o presidente americano, Donald Trump, e Kim Jong Un sobre as concessões do Norte em troca de uma suspensão das sanções.

Em junho, Pyongyang destruiu o escritório de ligação com o Sul em seu lado da fronteira, que havia sido financiado por Seul, alegando que não estava interessado em negociar.

O Norte ainda não comentou a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, nem a imprensa oficial noticiou o resultado. O presidente eleito já chamou Kim Jong Un de "bandido".

O comunicado de Kim Yo Jong coincide com a visita a Seul do vice-secretário de Estado americano, Stephen Biegun, que liderou as negociações sobre a desnuclearização do Norte durante a administração Trump.