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EUA volta a bloquear declaração do Conselho de Segurança sobre conflito entre Israel e palestinos

Os EUA enviaram um representante do governo ao Oriente Médio para encontrar líderes israelenses e palestinos - Amir Cohen/Reuters
Os EUA enviaram um representante do governo ao Oriente Médio para encontrar líderes israelenses e palestinos Imagem: Amir Cohen/Reuters

12/05/2021 18h44

O Conselho de Segurança da ONU realizou, nesta quarta-feira (12), outra reunião de emergência sobre o conflito entre israelenses e palestinos e se viu, mais uma vez, incapaz de chegar a um acordo para uma declaração diante da persistente oposição dos Estados Unidos, principal aliado do Estado hebreu - conforme relato de diplomatas ouvidos pela AFP.

Para os Estados Unidos, "o Conselho de Segurança mostra sua preocupação ao se reunir, não há necessidade de mais", disse um diplomata à AFP, pedindo para não ser identificado.

"Os Estados Unidos não parecem considerar uma declaração para ajudar em uma desescalada" do conflito, acrescentou outro diplomata, também sob condição de anonimato.

Segundo diferentes fontes, a maioria dos 15 membros do Conselho é favorável à adoção de uma declaração conjunta destinada a reduzir a tensão.

Na segunda-feira, durante uma primeira reunião de emergência, os Estados Unidos já haviam rejeitado a adoção de um texto conjunto proposto por Tunísia, Noruega e China. Nele, pedia-se a ambas as partes que se abstenham de qualquer provocação.

O rascunho de declaração pedia "a Israel para parar as atividades de colonização, demolições e expulsões" de palestinos, "incluindo Jerusalém Oriental", entre outros pontos, de acordo com o documento ao qual a AFP teve acesso.

O chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, anunciou na quarta-feira que um enviado do governo de Joe Biden viajará ao Oriente Médio para se encontrar com líderes israelenses e palestinos: "Ele pedirá em meu nome e em nome do presidente uma redução da violência", enfatizou.

Como um sinal de sua frustração, quatro membros europeus do Conselho de Segurança - Noruega, Estônia, França e Irlanda - se reuniram para emitir um comunicado: "O grande número de vítimas civis, incluindo crianças, devido aos ataques aéreos de Israel em Gaza e as mortes israelenses causadas por foguetes disparados de Gaza são preocupantes e inaceitáveis".

Questionado sobre a impossibilidade de abordar o assunto com um único posicionamento, o porta-voz da ONU Stéphane Dujarric garantiu que espera uma futura mudança de rumo.

"Esperamos que os membros do Conselho encontrem, tenham a capacidade de emitir uma declaração", disse ele. "Qualquer situação internacional sempre se beneficiará de uma voz forte e unificada do Conselho de Segurança", enfatizou.

Confrontos entre grupos armados palestinos, que lançaram mais de mil foguetes para o território israelense, e Israel, que bombardeia intensamente a Faixa de Gaza, deixaram 58 mortos até o momento e aumentam os temores de um conflito em grande escala.

Isso acontece depois de dias de confrontos violentos entre fiéis palestinos e forças de segurança hebraicas em áreas de culto de Jerusalém Oriental, a área ocupada e anexada por Israel.