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Porta-contêineres afetado por incêndio no Sri Lanka afunda com toneladas de petróleo

Em Colombo

02/06/2021 06h51Atualizada em 02/06/2021 09h34

O porta-contêineres destruído por um incêndio durante 13 dias na costa de Colombo afundava nesta quarta-feira (2) com centenas de toneladas de petróleo em seus depósitos, o que provoca o temor de agravamento do desastre ecológico nas costas do Sri Lanka.

"O navio corre o risco iminente de afundar", declarou o porta-voz da Marinha cingalesa, Indika de Silva, horas depois do início da operação para rebocar o "MV X-Press Pearl", com bandeira de Singapura, e afastá-lo da costa de Colombo.

"A popa do navio está submersa, o nível da água está acima do convés", disse Indika de Silva. "O navio está afundando", completou.

Uma camada de petróleo era observada perto da praia de Negombo, local turístico da ilha, a 40 km de Colombo.

O incêndio a bordo do navio foi declarado quando o "MV X-Press Pearl" se preparava para entrar no porto de Colombo em 20 de maio. As chamas foram apagadas apenas na terça-feira, após 13 dias de esforços internacionais, com a ajuda da Guarda Costeira indiana e da empresa holandesa Smit.

A Marinha do Sri Lanka ajudou hoje os especialistas da Smit a subir a bordo do navio para iniciar operação de reboque, após várias tentativas frustradas durante a noite.

"O navio será rebocado para o mais longe possível da costa antes que afunde por completo", disse o porta-voz.

O presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, ordenou o deslocamento do porta-contêineres para minimizar os danos potenciais nas costas da ilha.

"A empresa de resgate (Smit) envolvida na operação #XPressPearl informou que o barco afunda no local em que está atualmente", tuitou o ministro da Pesca, Kanchana Wijesekera.

O navio transportava 25 toneladas de ácido nítrico e outros produtos químicos, assim como 28 contêineres de matérias-primas plásticas: a maior parte caiu no mar.

Toneladas de pequenos grânulos de plástico, procedentes da carga do "MV X-Press Pearl", já afetam 80 km do litoral do oeste da ilha, na maior catástrofe ecológico da história do Sri Lanka.

Uma possível mancha de óleo agravaria a situação, porque o navio transportava 278 toneladas de combustível em estoque e 50 toneladas de diesel em seus tanques.

A Marinha do Sri Lanka afirmou que um navio da Guarda Costeira indiana tem os equipamentos necessários para tratar qualquer vazamento de petróleo.

As autoridades, que pretendiam retirar a água contaminada do porta-contêineres em uma operação que demoraria três dias, decidiram finalmente abandonar a ideia por falta de tempo.

Os danos ecológicos estão sendo avaliados, segundo a presidente da Autoridade de Proteção do Meio Ambiente Marinho, Dharshani Lahandapura, que citou um dos piores acidentes na história do país, que abriga uma das mais ricas biodiversidades do sul da Ásia.

O Sri Lanka abriu uma investigação criminal pelo incêndio e a poluição. As autoridades acreditam que as chamas foram provocadas por um vazamento de ácido nítrico observado pela tripulação a partir de 11 de maio, muito antes de o navio entrar nas ágias cingalesas. O porta-contêineres prosseguiria a viagem por Malásia e Singapura.

Em setembro de 2020, o petroleiro "New Diamond" registrou um incêndio de uma semana na costa leste do Sri Lanka, após uma explosão na sala de máquinas que matou um integrante da tripulação, o que provocou uma mancha de petróleo de 40 quilômetros de comprimento.

O Sri Lanka exigiu dos proprietários do navio US$ 17 milhões para pagar pelos gastos de limpeza.