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Eleição de ultraconservador no Irã deve 'acordar' grandes potências, diz Israel

O ultraconservador Ebrahim Raisi foi eleito novo presidente do irã - Atta Kenare/AFP
O ultraconservador Ebrahim Raisi foi eleito novo presidente do irã Imagem: Atta Kenare/AFP

20/06/2021 10h06Atualizada em 20/06/2021 15h04

Jerusalém, 20 Jun 2021 (AFP) - A eleição do ultraconservador Ebrahim Raisi no Irã é um "sinal" para que as potências estrangeiras acordem antes de voltarem a um acordo sobre o programa nuclear iraniano, disse hoje o novo primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett.

"A eleição de Raisi é um sinal para que as potências despertem, um sinal de última hora talvez antes que renunciem ao acordo nuclear, para que entendam com quem estão lidando e que tipo de governo vão escolher reforçar", disse.

A diplomacia israelense classificou Raisi ontem como "o presidente mais extremista" eleito no Irã desde a revolução de 1979 e disse que sua vitória "deve ser motivo de grave preocupação" em todo o mundo.

Bennett, que na semana passada sucedeu Benjamin Netanyahu à frente do governo israelense, disse em uma reunião de gabinete que Raisi, vencedor das presidenciais iranianas, "não foi eleito pelo povo iraniano, e sim pelo aiatolá Khamenei".

Há negociações em curso para tentar salvar o acordo nuclear com o Irã assinado em Viena em 2015. O objetivo é que os Estados Unidos voltem a esse pacto do qual se retiraram em 2018, quando voltaram a impor sanções a Teerã.

Israel recebeu com satisfação essa campanha de "máxima pressão" dos Estados Unidos, mas agora teme que o novo presidente Joe Biden volte a negociar com o Irã.

"Devemos nos preparar rapidamente para voltar ao acordo nuclear com o Irã", disse o novo chefe da diplomacia israelense, Yair Lapid, no início desta semana.

Entretanto, acrescentou que "Israel fará tudo o que estiver ao seu alcance para evitar que o Irã obtenha uma bomba nuclear."