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Novo primeiro-ministro do Haiti promete ordem e eleições

Ariel Henry discursa durante cerimônia de posse do cargo de primeiro-ministro do Haiti - Ricardo Arduengo/Reuters
Ariel Henry discursa durante cerimônia de posse do cargo de primeiro-ministro do Haiti Imagem: Ricardo Arduengo/Reuters

20/07/2021 21h17Atualizada em 21/07/2021 08h27

Porto Príncipe, 21 Jul 2021 (AFP) - O novo primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, assumiu o cargo oficialmente ontem em um país à beira do caos, prometendo restaurar a ordem e organizar as eleições exigidas pela população e pela comunidade internacional.

O ex-neurocirurgião de 71 anos é o sétimo e último primeiro-ministro nomeado pelo presidente Jovenel Moise, que foi assassinado em 7 de julho.

"Uma das minhas missões prioritárias será devolver à população a certeza de que faremos todo o possível para restaurar a ordem e a segurança", declarou o novo primeiro-ministro.

"Esta é uma das principais questões na qual o presidente da República queria que eu focasse, porque entendeu que era um passo necessário para dar resposta à sua outra preocupação, que é a organização de eleições credíveis e honestas", acrescentou.

A cerimônia de posse de seu governo em Porto Príncipe foi precedida por uma homenagem solene ao presidente Moise, com coreografias, discursos e uma orquestra musical em um palco cercado por buquês de flores brancas e coroado por um retrato gigante do chefe de estado assassinado.

Cinco ministras

O novo governo, cuja composição foi publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial da República do Haiti, é integrado por 18 ministros, incluindo cinco mulheres.

Além do cargo de primeiro-ministro, Ariel Henry assumirá o de ministro dos Assuntos Sociais e do Trabalho.

Claude Joseph, que era primeiro-ministro interino após o assassinato do presidente e chegou a mostrar certas inclinações para reter o poder, se manteve na chefia do Ministério de Relações Exteriores e de Cultos.

A disputa entre Joseph e Henry para assumir a liderança do Executivo finalmente chegou ao fim durante o fim de semana, após a pressão exercida por embaixadores de diferentes países, incluindo França e Estados Unidos, bem como por emissários dos Estados Unidos na OEA e na ONU.

Em um discurso transmitido pela televisão na noite de segunda-feira (19), Henry afirmou que queria "lançar um apelo solene pela unidade nacional, pela união das nossas forças e pela cooperação de todos, para frear esta corrida do país rumo ao abismo, para proteger nosso país dos muitos perigos que o ameaçam."

De acordo com o novo primeiro-ministro, "a própria existência da nação" do Haiti está atualmente "em perigo".

Sobre o assassinato de Moise, cujo funeral nacional será realizado nesta sexta-feira, Henry prometeu "que os culpados e seus patrocinadores serão responsabilizados por suas ações perante o sistema de justiça haitiano."

O Haiti não tem um Parlamento ativo e já estava mergulhado em uma profunda crise política e de segurança quando Moise foi assassinado.

A polícia haitiana prendeu cerca de 20 militares colombianos da reserva que trabalharam como mercenários no assassinato e afirma ter descoberto um complô organizado por um grupo de haitianos, incluindo um ex-senador procurado e um pastor médico baseado na Flórida, sudeste dos Estados Unidos.

Esses homens teriam recrutado os mercenários graças a uma empresa de segurança venezuelana, também estabelecida naquele estado americano.

Henry também agradeceu à comunidade internacional pelas vacinas contra a covid-19 que foram doadas ao povo haitiano, cujos primeiros lotes chegaram em 14 de julho em um país com infraestruturas de saúde extremamente precárias.