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Motins em prisões do Equador deixam 18 mortos

Além de mortes, rebeliões deixaram 50 feridos segundo as autoridades penitenciárias - Prisão
Além de mortes, rebeliões deixaram 50 feridos segundo as autoridades penitenciárias Imagem: Prisão

22/07/2021 04h38

O Equador elevou para 18 o número de mortos em motins organizados em duas penitenciárias ontem, que também deixaram mais de 50 feridos, incluindo policiais, de acordo com o balanço atualizado divulgado pela entidade governamental encarregada de administrar as prisões.

Na penitenciária costeira da província costeira de Guayas (sudoeste), os confrontos deixaram "o balanço de oito internos falecidos e três agentes da Polícia Nacional feridos", informou o Serviço Nacional de Atenção Integral a Pessoas Privadas de Liberdade (SNAI) em um comunicado.

No presídio da província andina de Cotopaxi, no centro do país, "há 10 PPL (pessoas privadas da liberdade) falecidas, quase 35 PPL feridas e 6 agentes da Polícia Nacional feridos", completa a nota.

Em um primeiro momento, o SNAI registrou oito mortes em Guayas e quase 20 feridos em Cotopaxi.

O Serviço indicou ainda que os agentes feridos na penitenciária do litoral estão em condição "estável" em hospitais e que grupos de elite da polícia "retomaram o controle" nas prisões.

As penitenciárias de Guayas e Cotopaxi foram duas das quatro nas quais ocorreram confrontos sangrentos simultaneamente em fevereiro, com um saldo de 79 presos mortos e vários feridos, incluindo policiais.

Os incidentes de fevereiro deixaram cenas aterrorizantes, como corpos decapitados, e revelaram o poder das máfias do tráfico em prisões superlotadas.

Na semana passada, policiais prenderam uma pessoa que tentou entrar na prisão de Guayaquil com fuzis, pistolas, explosivos e munições.

O Equador tem cerca de 60 prisões com capacidade para abrigar 30.000 pessoas, mas atualmente existem cerca de 39.000 presos sob a custódia de cerca de 1.500 guardas. De acordo com especialistas, 4.000 guardas são necessários para exercer um controle efetivo das prisões.

A taxa de superlotação nas prisões do país gira em torno de 30%. Em 2020, segundo a Defensoria, houve 103 assassinatos em presídios.

Para tentar conter a violência nas prisões, o governo do ex-presidente Lenín Moreno, encerrado em maio passado, decretou o estado de exceção em algumas ocasiões. A última medida vigorou até novembro do ano anterior.

Em meio à pandemia e para reduzir a população carcerária, o Equador aplicou medidas substitutivas para os que cumpriam penas por crimes menores, reduzindo assim a superlotação das prisões de 42% para 30%.