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Talibã anuncia que China manterá embaixada no Afeganistão e aumentará ajuda

30.ago.2021 - O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid (ao centro, com xale), fala à mídia no aeroporto de Cabul, no Afeganistão - Wakil Kohsar/AFP
30.ago.2021 - O porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid (ao centro, com xale), fala à mídia no aeroporto de Cabul, no Afeganistão Imagem: Wakil Kohsar/AFP

02/09/2021 20h38

Um porta-voz do Talibã afirmou nesta quinta-feira (2) que a China prometeu manter aberta sua embaixada no Afeganistão e aumentar a ajuda ao país, devastado por décadas de conflito.

Abdul Salam Hanafi, membro do gabinete político do grupo islâmico em Doha, no Catar, "manteve conversas com Wu Jianghao, vice-ministro das Relações Exteriores da República Popular da China", anunciou o porta-voz do grupo, Suhail Shaheen, no Twitter.

"O vice-ministro chinês garantiu que manterá sua embaixada em Cabul e que nossas relações melhorarão. (...) A China continuará e aumentará sua ajuda humanitária, em particular para o tratamento da covid-19", acrescentou.

O governo chinês não confirmou imediatamente o anúncio.

A maioria dos países está abordando com cautela o estabelecimento de relações com os talibãs, que se preparam para deixar a insurgência e assumir o controle do país.

Já a China, que criticou repetidamente o que considerou uma retirada apressada e mal planejada dos Estados Unidos do Afeganistão, está disposta a estabelecer relações "amigáveis e cooperativas" com o novo regime.

Sua embaixada em Cabul permanece operacional, apesar de o governo ter começado a evacuar seus cidadãos meses atrás por razões de segurança.

No entanto, as autoridades chinesas ainda não reconheceram o novo regime talibã e estão atentas ao possível apoio do movimento aos separatistas da minoria uigur muçulmana na região de Xinjiang, onde fica o único trecho de fronteira entre os dois países.

A China entende que uma gestão estável e colaborativa em Cabul abriria caminho para a expansão de seu principal projeto de desenvolvimento de infraestrutura internacional, segundo analistas.

Para o movimento islâmico, o gigante asiático pode ser uma fonte crucial de apoio econômico e investimento.

Além disso, as empresas chinesas estão de olho nas grandes minas de cobre e lítio do Afeganistão, embora especialistas afirmem que é improvável que haja investimento imediato devido à frágil situação de segurança.