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Talibã adota provisoriamente Constituição afegã do período monárquico

Na imagem: membros do Talibã fazem patrulha em posto de controle de Kunduz, no norte do Afeganistão - Ajmal Kakar/Xinhua
Na imagem: membros do Talibã fazem patrulha em posto de controle de Kunduz, no norte do Afeganistão Imagem: Ajmal Kakar/Xinhua

Em Cabul (Afeganistão)

28/09/2021 11h37Atualizada em 28/09/2021 11h40

Os talibãs afirmaram hoje que adotarão temporariamente a Constituição monárquica de 1964, que concedia às mulheres o direito ao voto, mas avisaram que eliminarão qualquer elemento com o qual não estiverem de acordo.

O ministro da Justiça em exercício afirmou em um comunicado que os islâmicos querem adotar a Constituição usada durante um efêmero período de monarquia constitucional no Afeganistão, mas apenas temporariamente e com emendas.

"O Emirado Islâmico adotará a Constituição da época do antigo rei Mohammed Zahir Shah durante um período temporário", disse Mawlavi Abdul Hakim Sharaee.

Tudo o que estiver no texto e entrar em conflito com a sharia e os princípios do Emirado Islâmico será descartado, acrescentou.

Há quase seis décadas, antes que as superpotências mundiais invadissem o país, o Afeganistão desfrutou de um breve período de monarquia constitucional, no reinado do rei Mohammed Zahir Shah.

O rei ratificou a Constituição um ano depois de chegar ao poder em 1963, abrindo espaço para quase uma década de democracia parlamentar, antes de ser derrubado em 1973.

A Constituição de 1964 concedeu às mulheres o direito ao voto pela primeira vez e favoreceu uma maior participação na política por parte delas.

O Talibã, que chegou ao poder em agosto, prometeu ser mais inclusivo que o brutal e antigo governo que protagonizou entre 1996 e 2001, quando as mulheres foram excluídas da vida pública, principalmente do trabalho e da educação.

No entanto, quando apresentou o governo provisório no início deste mês, todos os altos cargos foram para os defensores da linha dura e nenhuma mulher foi incluída.