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EUA criticam atividade militar "provocativa" da China perto de Taiwan

Demonstração de força de Pequim teve incursão aviões militares que envolveu caças J-16 e bombardeiros H-6 - AFP
Demonstração de força de Pequim teve incursão aviões militares que envolveu caças J-16 e bombardeiros H-6 Imagem: AFP

03/10/2021 12h05

O governo dos Estados Unidos criticou neste domingo (3) a China por sua atividade militar "provocativa" e "desestabilizadora", um dia depois da maior incursão de aviões de combate e bombardeiros chineses na zona de defesa aérea de Taiwan.

"Estados Unidos estão muito preocupados com a atividade militar provocativa da República Popular da China perto de Taiwan: é desestabilizadora, impõe riscos de erros de cálculo e mina a paz e a estabilidade na região", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, em um comunicado.

"Pedimos a Pequim que interrompa a pressão e coerção militar, diplomática e econômica sobre Taiwan", completou.

A demonstração de força de Pequim começou na sexta-feira, aniversário do Dia Nacional da China, com a incursão de um número recorde de aviões militares, envolvendo caças J-16 e Su-30, além de bombardeiros de capacidade nuclear H-6 e mais uma aeronave antissubmarino, segundo a chancelaria de Taiwan.

"É evidente que o mundo, a comunidade internacional, rejeita cada vez mais estes comportamentos da China", afirmou o primeiro-ministro Su Tseng-chang.

Taiwan, uma democracia de 23 milhões de habitantes, vive sob a ameaça constante de uma invasão da China, que considera a ilha um território rebelde.

Pequim aumentou a pressão sobre Taipé desde a eleição em 2016 da presidente Tsai Ing-wen, que considera a ilha "independente" e não parte de "uma só China".

Sob o mandato do presidente Xi Jinping, os aviões de combate chineses atravessam a Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ, na sigla em inglês) de Taiwan (ADIZ) praticamente todos os dias.

ADIZ não é o mesmo que o espaço aéreo de Taiwan, pois inclui uma área maior que se sobrepõe à parte da zona de identificação de defesa aérea da China continental e até mesmo parte de seu território.

Xi Jinping já afirmou que "inevitável" que Taiwan vire parte do continente.

E os comandantes militares dos Estados Unidos começaram a revelar seus temores de que a China decida invadir a ilha.

A proteção de Taiwan é um tema bipartidário em Washington e muitos países ocidentais participam ao lado das força dos Estados Unidos nos exercícios "Liberdade de Navegação", com os quais buscam contra-atacar as reivindicações de Pequim sobre o Mar da China Meridional e o Estreito de Taiwan.

Price reiterou que o governo dos Estados Unidos "continuará ajudando Taiwan a manter uma capacidade suficiente de autodefesa".

"O compromisso dos Estados Unidos com Taiwan é sólido como uma rocha e contribui para a manutenção da paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan e toda a região", completou.