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Talibã diz aos EUA e Europa que sanções econômicas provocarão onda migratória

14.set.2021 - O Ministro das Relações Exteriores do Talibã, Amir Khan Muttaqi - Stringer/Reuters
14.set.2021 - O Ministro das Relações Exteriores do Talibã, Amir Khan Muttaqi Imagem: Stringer/Reuters

Da AFP

13/10/2021 06h34Atualizada em 13/10/2021 07h34

Os talibãs advertiram delegados dos Estados Unidos e da União Europeia (UE) sobre a possibilidade de que as sanções econômicas contra o governo afegão podem minar a segurança internacional e deflagrar uma onda de refugiados econômicos.

O ministro talibã interino das Relações Exteriores, Amir Khan Muttaqi, disse a diplomatas ocidentais em Doha que "enfraquecer o governo afegão não é do interesse de ninguém, porque seus efeitos negativos afetarão diretamente a segurança do mundo e a migração econômica do país", de acordo com um comunicado divulgado na noite de terça-feira (12).

Os talibãs, islamistas radicais, derrubaram o governo afegão apoiado pelos EUA em agosto passado, após um conflito de duas décadas para impor sua rígida interpretação da lei religiosa.

Suas tentativas de estabilizar o país, que enfrenta ataques do grupo extremista Estado Islâmico-Khorasan (EI-K), viram-se, no entanto, afetadas pelas sanções internacionais. No momento, bancos estão sem dinheiro, e funcionários públicos estão sem receber salário.

"Pedimos aos países do mundo que acabem com as sanções e permitam que os bancos operem normalmente para que grupos de assistência, organizações e governo possam pagar salários com suas próprias reservas e assistência financeira internacional", apelou Muttaqi, segundo a nota, na reunião de Doha.

Os países europeus temem que um colapso da economia afegã provoque a uma saída em massa de migrantes. Esse fluxo pressionaria países vizinhos, como Paquistão e Irã, e, eventualmente, as fronteiras da UE.

Washington e a UE disseram estar preparados para apoiar iniciativas humanitárias no Afeganistão, mas se preocupados em dar assistência direta aos talibãs sem garantias de que respeitarão os direitos humanos, especialmente os das mulheres.