Emissário dos EUA para o Afeganistão deixa cargo
O emissário dos Estados Unidos para o Afeganistão, Zalmay Khalilzad, símbolo do fracasso do país ante o Talibã, deixou suas funções, anunciou nesta segunda-feira (18) o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.
Ele será substituído por seu vice, Thomas West, que foi conselheiro da Casa Branca quando Joe Biden era vice-presidente, informou o secretário de Estado em um breve comunicado.
Mais cedo, os Estados Unidos anunciaram que não estarão nas negociações sobre o Afeganistão marcadas para terça-feira em Moscou envolvendo Rússia, China e Paquistão.
Essas reuniões "foram eficazes no passado. É simplesmente difícil para nós participarmos esta semana do ponto de vista logístico", disse o porta-voz da diplomacia americana, Ned Price.
Diplomata de carreira, nascido no Afeganistão, Khalilzad, de 70 anos, foi representante de Washington nas negociações com o Talibã em Doha, que resultaram no acordo de fevereiro de 2020 que previa a retirada de forças americanas e estrangeiras do país.
Durante meses conduziu intensas negociações que o levaram de capital em capital, participou de cúpulas em hotéis luxuosos e deu palestras em conceituados think tanks.
Mas, embora assegurasse que o Talibã estava disposto a fazer concessões, contribuiu acima de tudo para seu retorno ao poder e para a morte da república afegã.
Nascido em Mazar-i-Sharif, no norte do Afeganistão, fala pastós e dari, as duas principais línguas do país.
Ele ocupou vários cargos no Pentágono antes de ser um embaixador dos EUA altamente influente no Afeganistão de 2003 a 2005, e depois de exercer as mesmas funções no Iraque, onde se tornou conhecido como um excelente negociador.
O presidente Biden confirmou a retirada dos EUA do Afeganistão, decidida por seu antecessor Donald Trump, para 31 de agosto. O Talibã retomou o poder no dia 15 daquele mês.
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