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EUA suspende ajuda de US$ 700 milhões ao Sudão após golpe militar

Porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price. - Reprodução/ Departamento de Estado dos EUA
Porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price. Imagem: Reprodução/ Departamento de Estado dos EUA

25/10/2021 17h28

Washington, 25 Out 2021 (AFP) - Os Estados Unidos suspenderam nesta segunda-feira (25) a ajuda ao Sudão após a tomada do poder por parte dos militares e instou o restabelecimento imediato de um governo civil.

"O governo de transição dirigido por civis deve ser restaurado imediatamente e representar a vontade do povo", disse aos jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

"À luz desses acontecimentos, os Estados Unidos estão suspendendo a assistência" destinada ao apoio econômico, acrescentou.

O funcionário americano detalhou que a suspensão se refere a um pacote de 700 milhões de dólares em apoio econômico destinado a ajudar a transição democrática do Sudão. "Estamos pausando essa quantia por completo", disse Price.

"Estamos ao lado do povo do Sudão. O povo sudanês deixou clara a sua vontade de continuar com a transição para a democracia e seguiremos apoiando isso, inclusive, se for necessário, fazendo com que prestem contas os responsáveis por essas ações antidemocráticas", ressaltou o porta-voz.

Além disso, Price disse que os Estados Unidos não tiveram conhecimento prévio da intenção dos militares de derrubar o primeiro-ministro Abdalla Hamdok e que não foi possível entrar em contato com o líder civil, que está detido.

Nesta segunda-feira, o general sudanês Abdel Fattah al Burhan destituiu as autoridades de transição e decretou o estado de emergência na nação africana.

Desde a manhã de hoje, o "golpe de Estado" denunciado pela comunidade internacional está sendo instituído por etapas. O primeiro-ministro, sua esposa, diversos ministros e todos os membros civis do Conselho Soberano - a maior autoridade de transição no país - foram detidos.

A população, por sua vez, reagiu ao movimento dos militares e dezenas de pessoas ocuparam as ruas de Cartum, e de sua cidade-gêmea Omdurman, em favor da democracia.