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Secretário-geral da ONU critica fechamento de fronteiras por ômicron: 'Imoral'

Para chefe da ONU, restrições a viagens isolam países da África e são "injustas" e "ineficazes" - Daniel Muñoz/AFP
Para chefe da ONU, restrições a viagens isolam países da África e são "injustas" e "ineficazes" Imagem: Daniel Muñoz/AFP

01/12/2021 16h31Atualizada em 01/12/2021 17h25

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, garantiu nesta quarta-feira (1º) que os fechamentos de fronteira impostos a determinados países ou regiões devido ao surgimento da nova variante da covid-19 são "injustos" e "ineficazes".

"Com um vírus que realmente não tem fronteiras, as restrições de viagem que isolam qualquer país ou região não são apenas profundamente injustas e punitivas, mas também ineficazes", disse Guterres em coletiva de imprensa, pedindo a realização de mais testes nos viajantes.

Dezenas de países fecharam suas fronteiras com as nações do sul da África após o surgimento da variante ômicron na região, em 24 de novembro.

Os países não deveriam "ser punidos coletivamente por terem identificado e compartilhado informações científicas e de saúde cruciais com o mundo". É "injusto" e "imoral", repetiu.

Ao seu lado, o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, também denunciou a "estigmatização injustificada" do continente africano.

"Por ter sido transparente (...) toda a África Austral sofreu sanções", lamentou, citando o fechamento das fronteiras aos seus cidadãos.

"Menos de 6% dos africanos estão vacinados", disse ele ao pedir solidariedade internacional para aumentar a imunização no continente.

Por sua vez, Guterres destacou seu apelo para que os países, ao invés de fecharem suas fronteiras, testem mais os viajantes ou tomem outras medidas "realmente eficazes".