Blinken considera 'difícil' avançar em negociações se Rússia mantiver pressão sobre Ucrânia
Washington, 5 Jan 2022 (AFP) - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse nesta quarta-feira (5) que a Rússia deve aliviar a pressão sobre a Ucrânia se quiser fazer avanços diplomáticos, além de alertar sobre "grandes consequências" se ocorrer uma invasão.
"Será muito difícil fazer um progresso real em uma atmosfera de escalada e ameaças, com uma arma apontada para a cabeça da Ucrânia", afirmou Blinken em uma coletiva de imprensa conjunta com a ministra de Relações Exteriores alemã, Annalena Baerbock.
"A verdadeira questão é se a Rússia leva a diplomacia a sério", declarou ele em Washington, antes das negociações entre o Ocidente e Moscou, programadas para a próxima semana.
Os europeus, os americanos e Kiev acusam os russos há várias semanas de acumular dezenas de milhares de soldados na fronteira com a Ucrânia visando uma possível invasão, e ameaçam com sanções "massivas" e sem precedentes se o Kremlin intervir militarmente.
A Rússia, por sua vez, exige um acordo que limite a incorporação à Otan dos países que estão às suas portas.
As conversas entre os Estados Unidos e a Rússia devem começar segunda-feira em Genebra, seguidas de uma reunião entre Moscou e a Otan e outra com a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.
"Não pode haver decisão sobre segurança na Europa sem a Europa. É crucial (...) envolver parceiros na Europa", disse Baerbock.
"Não haverá nada na Europa sem a Europa. Não só coordenação e consulta plenas, mas também participação", prometeu Blinken.
O chefe da diplomacia americana também disse, de forma ainda mais clara do que no passado, que a Alemanha terá que evitar que o controverso gasoduto Nord Stream 2 entre em operação se a Rússia atacar a Ucrânia.
"Se a Rússia renovar sua agressão contra a Ucrânia, certamente será difícil que o gás flua para ela no futuro", afirmou ele, explicando que o Nord Stream 2, visto como um potencial meio de pressão da Rússia sobre a Europa, pode se transformar no oposto, "uma alavanca" da Europa contra os russos.
A ministra do Meio Ambiente alemã, que adotou uma posição semelhante nas últimas semanas, mas não está necessariamente na mesma sintonia que o chanceler social-democrata Olaf Scholz, foi mais evasiva. Ela se limitou a aludir a um acordo sobre o assunto, alcançado em meados de 2021 entre os Estados Unidos e a Alemanha.
O Nord Stream 2 está pronto para entrar em funcionamento e entregar gás na Europa, garantiram seu operador e o presidente russo, Vladimir Putin, no final de dezembro, mas a Alemanha suspendeu sua certificação.
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