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Invasão russa da Ucrânia 'poderia ser nova Chechênia', afirma Boris Johnson

12.jan.2022 - O primeiro-ministro britânico Boris Johnson durante debate no Parlamento, em Londres; Reino Unido disse que pode impor sanções à Rússia caso Ucrânia seja invadida - Reuters TV Via Reuters
12.jan.2022 - O primeiro-ministro britânico Boris Johnson durante debate no Parlamento, em Londres; Reino Unido disse que pode impor sanções à Rússia caso Ucrânia seja invadida Imagem: Reuters TV Via Reuters

24/01/2022 10h32

Invadir a Ucrânia mergulharia a Rússia em um conflito "violento e sangrento", que equivaleria a criar "uma nova Chechênia", ex-república soviética do Cáucaso que foi palco de intervenções do exército russo, alertou o primeiro-ministro britânico Boris Johnson nesta segunda-feira (24).

"Temos que transmitir a mensagem de que invadir a Ucrânia, do ponto de vista russo, será doloroso, violento e sangrento, e acho que é muito importante que as pessoas na Rússia entendam que isso poderia ser uma nova Chechênia", disse o líder conservador na televisão britânica.

"Conheço um pouco esse povo e acredito que vão lutar", acrescentou.

Chechênia, república do Cáucaso russo, viveu dois conflitos sangrentos nas décadas de 1990 e 2000 entre o exército russo e grupos separatistas e posteriormente islâmicos.

Esses conflitos deixaram dezenas de milhares de mortos e a segunda guerra da Chechênia, de 1999 a 2009, foi marcada por bombardeios indiscriminados de sua capital, Grozny.

O Reino Unido, que recentemente vendeu mísseis às autoridades ucranianas, acusa a Rússia de "tentar instalar um líder pró-russo em Kiev", acusações que Moscou nega, classificando-as como "absurdas".

Nesta segunda-feira de manhã, Londres anunciou a repatriação de parte de seu pessoal diplomático na Ucrânia devido à "ameaça crescente" da Rússia.

"A informação da inteligência é muito clara, há grupos de combatentes russos nas fronteiras da Ucrânia e todo o mundo pode ver que há um projeto de guerra relâmpago que poderia levar à tomada de Kiev", afirmou Johnson.

"Temos que deixar claro ao Kremlin e à Rússia que isso seria um desastre", destacou.

No entanto, o líder britânico considerou que uma invasão russa não é "totalmente inevitável". "Acho que o senso comum pode prevalecer", afirmou.