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Não precisamos de pânico, diz presidente da Ucrânia em crítica ao Ocidente

Zelensky criticou chefes de Estado e mídia estrangeira por, segundo ele, dar a entender "que já temos uma guerra" - Dmytro Smolyenko/ Ukrinform/Future Publishing via Getty Images
Zelensky criticou chefes de Estado e mídia estrangeira por, segundo ele, dar a entender 'que já temos uma guerra' Imagem: Dmytro Smolyenko/ Ukrinform/Future Publishing via Getty Images

Em Kiev (Ucrânia)

28/01/2022 14h37Atualizada em 28/01/2022 14h40

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, pediu hoje aos países ocidentais que evitem fomentar o "pânico" diante da concentração de tropas russas na fronteira com o país.

"Não precisamos desse pânico", disse Zelensky em entrevista coletiva com a mídia estrangeira, ressaltando que mais danos à economia da Ucrânia devem ser evitados.

"A probabilidade de ataque existe, não desapareceu e não foi menos grave em 2021", mas "não vemos nenhuma escalada maior do que já existia" no ano passado, enfatizou Zelensky.

Em vez disso, se ouvirmos a mídia internacional e "mesmo chefes de Estado respeitados", parece "que já temos uma guerra" em todo o país, "que há tropas avançando nas estradas, mas não é o caso", acrescentou.

"O maior risco para a Ucrânia" é "a desestabilização da situação interna", e não a ameaça de uma invasão russa, insistiu Zelensky.

"Esse pânico: quanto vai custar ao nosso país?", perguntou.

O Ocidente acusa a Rússia há semanas de ter concentrado cerca de 100 mil soldados na fronteira com a Ucrânia diante de uma possível invasão ao vizinho, e ameaçou Moscou com duras sanções se realizar uma ofensiva.

"Tudo indica" que o presidente russo Vladimir Putin "vai usar força militar em algum momento, talvez entre agora e meados de fevereiro", disse a vice-secretária de Estado dos EUA, Wendy Sherman, na última quarta-feira (26).

Várias embaixadas ocidentais, incluindo as dos Estados Unidos e Canadá, anunciaram que retiraram alguns dos funcionários locados Ucrânia, devido à ameaça de uma invasão russa.

Além disso, o leste da Ucrânia tem sido palco de uma guerra com separatistas pró-Rússia desde 2014, um conflito que eclodiu logo após a Rússia anexar a península ucraniana da Crimeia e que já deixou mais de 13 mil mortos.

O Ocidente acusa Moscou de apoiar os separatistas, mas o Kremlin nega.