Deputados britânicos investigarão 'dinheiro sujo' que cruza fronteiras
A comissão de relações exteriores do parlamento britânico investigará o "dinheiro sujo" que cruza as fronteiras, anunciou nesta terça-feira, depois que o Reino Unido foi acusado de receber em seus mercados financeiro e imobiliário dinheiro russo de origem duvidosa.
A investigação irá analisar os "desafios importantes" à economia mundial que representam os "grandes fluxos de dinheiro sujo", nos quais o Reino Unido e seus territórios ultramarinos podem desempenhar um papel "facilitador", assinalou a comissão.
"O Reino Unido está no centro das finanças globais, que atraem investimentos de todo o mundo e trazem benefícios consideráveis para os britânicos", destacou o presidente da comissão, o deputado conservador Tom Tugendhat. "Mas o fato é que os canais de riqueza também transportam a corrupção e o crime através de nossos mercados", acrescentou, denunciando que o governo britânico fez "pouco para enfrentar esses perigos" até o momento.
"Como centro financeiro global, o Reino Unido está em uma posição única para agir e proteger contra essas ameaças à ordem internacional, baseado no Estado de Direito. A intimidação da Rússia contra a Ucrânia e a pressão do Kremlin sobre outros Estados europeus é um sinal claro de que devemos agir", observou Tugendhat.
Após anos de tensão extrema com a Rússia, Londres adotou uma postura ofensiva na crise da Ucrânia - acusando Moscou de querer tomar Kiev e estabelecer um governo pró-Rússia - e enviou mísseis antitanque ao Exército ucraniano. Mas as autoridades britânicas também são acusadas de fechar os olhos para a origem de parte do dinheiro russo que chega a Londres, apelidado de "Londongrad", suspeito de resultar de corrupção e atividades criminosas e usado para exercer influência.
Os oligarcas russos possuem ativos e propriedades importantes nas áreas de luxo de Londres, e tanto ONGs quanto autoridades britânicas soaram o alarme. "Enquanto Moscou exibe seus músculos na Ucrânia, o dinheiro russo segue envenenando nossas costas", lamentou Tugendhat em um editorial publicado na última sexta-feira pelo jornal de finanças britânico CityAm.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.