ONU pede informações ao Talibã sobre ativistas desaparecidas
A ONU pediu ao regime Talibã que apresente informações sobre duas ativistas feministas supostamente detidas pelo movimento esta semana, o que elevou a quatro o total de militantes desaparecidas este ano.
A Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA na sigla em inglês) anunciou que pediu "informações urgentes" ao ministério do Interior a respeito das "últimas detenções por parte dos talibãs de duas ativistas feministas"".
A ONU "repete seu apelo a favor da libertação de todas as militantes feministas 'desaparecidas', assim como de seus parentes", acrescentou a instituição.
"As detenções injustas devem parar. Se os talibãs buscam o reconhecimento do povo afegão e do mundo, devem respeitar os direitos humanos dos afegãos, particularmente os das mulheres, incluindo a liberdade de expressão", tuitou nesta sexta-feira a emissária dos Estados Unidos para os direitos das mulheres afegãs, Rina Amiri.
A UNAMA não divulgou os nomes das duas ativistas, mas de acordo com outra militante entrevistada pela AFP Zahra Mohammadi e Mursal Ayar foram detidas esta semana.
Zahra é "dentista e trabalha em uma clínica. Foi detida", afirmou a fonte, que pediu anonimato.
Mursal foi detida na quarta-feira depois que um colega pediu seu endereço para entregar seu salário, disse a ativista. "Foi assim que a pegaram. Os talibãs a encontraram e prenderam", disse.
O pai de Mursal também foi detido, segundo a a ativista
Há duas semanas foram anunciados os desaparecimentos de outras duas militantes, Tamana Zaryabi Paryani e Parwana Ibrahimkhel, poucos dias após a participação em uma manifestação em Cabul a favor dos direitos das mulheres.
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, expressou na terça-feira inquietação com o destino das ativistas e de quatro parentes que desapareceram com elas.
O Talibã nega qualquer envolvimento no desaparecimento e afirma que abriu uma investigação.
Desde seu retorno ao poder em agosto, os fundamentalistas islâmicos alegam que se modernizaram em comparação com a brutalidade de seu primeiro regime no Afeganistão (1996-2001).
Mas pouco depois, o regime impediu a presença das mulheres de muitas universidades e centros de ensino públicos, excluíram as mulheres da maioria dos empregos públicos e determinaram que elas devem ser acompanhadas por um parente do sexo masculino durante longas viagens.
Diante da profunda crise humanitária no Afeganistão, os países ocidentais anunciaram que o respeito aos direitos humanos é uma condição indispensável para a eventual liberação de ajuda internacional.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.