Maternidade bombardeada na Ucrânia: UE condena 'crime de guerra odioso'
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, classificou hoje como um "crime de guerra odioso" o bombardeio russo de um prédio que abriga uma maternidade e um hospital pediátrico em Mariupol, sudeste da Ucrânia.
O ataque deixou três mortos, entre eles uma menina.
"Mariupol está sitiada. O bombardeio pela Rússia de um hospital que contém uma maternidade é um crime de guerra odioso" reagiu ele no Twitter.
"Os ataques aéreos contra os bairros residenciais e o bloqueio aos comboios de ajuda (em direção à cidade) pelas forças russas devem acabar imediatamente, acrescentou Borrell, recordando a "necessidade" de se organizar "imediatamente" corredores humanitários.
O bombardeio de ontem contra um estabelecimento médico que abriga um hospital pediátrico e uma maternidade também deixou 17 feridos, informa a prefeitura desta cidade portuária refém do Exército russo e das forças separatistas pró-russas do Donbass ucraniano.
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, justificou esse bombardeio, alegando que o local servia de base para um batalhão nacionalista ucraniano.
"Essa maternidade foi controlada há muito tempo pelo batalhão de Azov e por outros radicais, e todas as mulheres em trabalho de parto, todas os enfermeiros e pessoal de apoio foram expulsos", informou Lavrov, após reunião com seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, na Turquia.
Ontem, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, qualificou este bombardeio como "crime de guerra", considerando-o como "a prova de que um genocídio de ucranianos (está) prestes a acontecer".
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, também classificou o ataque como um "crime de guerra". Afirmou ainda que Madri, em coro com os países da União Europeia, apoiou a investigação no Tribunal Penal Internacional (TPI), "para que esses atos criminosos não fiquem impunes".
O procurador do TPI, Karim Khan, já havia anunciado, em 2 de março,"a abertura imediata" de uma investigação sobre a situação na Ucrânia e sobre os possíveis crimes de guerra, após receber o aval de 39 Estados-membros desta corte.
Washington também reagiu, denunciando o uso "bárbaro" da força contra os civis em Maripol, enquanto o porta-voz do governo francês, Gabriel Attal, disse se tratar de ataques "desumanos e covardes" e de uma ação "inqualificável".
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