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Seul diz que Coreia do Norte falsificou novo lançamento de míssil

Foto divulgada pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA) que mostra teste de lançamento de um novo tipo de míssil balístico intercontinental - STR / AFP / KCNA VIA KNS
Foto divulgada pela Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA) que mostra teste de lançamento de um novo tipo de míssil balístico intercontinental Imagem: STR / AFP / KCNA VIA KNS

AFP, Seul

30/03/2022 06h04

A Coreia do Sul afirmou hoje que a Coreia do Norte falsificou na semana passada o lançamento de um novo míssil balístico intercontinental (ICBM) e que, na realidade, disparou um projétil que já havia testado em 2017.

Pyongyang anunciou na sexta-feira que lançou com sucesso um Hwasong-17, um míssil intercontinental que os analistas consideram capaz de transportar múltiplas ogivas explosivas e que o regime norte-coreano exibiu pela primeira vez em um desfile militar de 2020.

Mas o ministério sul-coreano da Defesa afirmou à AFP que Seul e Washington concluíram que o projétil disparado foi, na realidade, um Hwasong-15, que o país já havia testado em 2017.

"Os serviços de inteligência americano e sul-coreano determinaram que o que foi lançado em 24 de março foi um Hwasong-15", afirmou uma fonte do ministério à AFP.

Os dois modelos de ICBM têm alcance suficiente para atingir o território continental dos Estados Unidos.

Na semana passada, Japão e Coreia do Sul confirmaram, de maneira separada, que o míssil de 24 de março voou mais alto e por uma distância maior que qualquer outro lançado previamente pela Coreia do Norte, mas analistas apontaram posteriormente para discrepâncias a respeito das informações de Pyongyang.

Muitos analistas consideraram o disparo da semana passada uma tentativa de compensar o teste fracassado de 16 de março de um míssil, identificado como o Hwasong-17, que explodiu pouco depois do lançamento.

A imprensa estatal norte-coreana (o jornal Rodong Sinmun e a agência KCNA) não informaram sobre o disparo do dia 16, mas deram grande destaque ao lançamento de 24 de março, com direito a fotografias e vídeos do dirigente Kim Jong Un supervisionando o teste.

Alguns analistas apontaram algumas discrepâncias nas imagens, que poderiam indicar que parte do lançamento foi manipulado.

O desenvolvimento armamentista ajuda o regime norte-coreano a manter a imagem diante da população, que sofre as consequências econômicas das sanções internacionais contra o programa militar e nuclear do país, além dois dois anos de fechamento de fronteiras determinado pelo próprio regime devido à covid.