Macron se distancia de Biden e evita usar palavra 'genocídio' ao falar sobre Ucrânia
O presidente francês, Emmanuel Macron, negou-se, hoje, a repetir a acusação feita por seu homólogo americano, Joe Biden, de que a Rússia está cometendo "genocídio" na Ucrânia e alertou que esta escalada verbal não ajuda a pôr fim à guerra.
Ontem, Biden acusou as forças russas de cometerem um genocídio na Ucrânia e afirmou que "está cada vez mais claro que Putin está, simplesmente, tentando apagar a própria ideia de ser ucraniano".
Em entrevista à emissora de televisão France 2, Macron defendeu, porém, que os governantes devem ter cuidado com sua linguagem.
"Eu diria que a Rússia deflagrou unilateralmente a guerra mais brutal, que foi estabelecido que o Exército russo cometeu crimes de guerra e que agora é necessário encontrar os responsáveis e levá-los à Justiça", disse Macron.
"O que está acontecendo é uma loucura, é incrivelmente brutal", acrescentou.
"Mas, ao mesmo tempo, olho os fatos e quero tentar, na medida do possível, continuar sendo capaz de deter esta guerra e reconstruir a paz. Não estou certo de que as escaladas verbais sirvam para esta causa", observou.
Macron considerou melhor ser "cuidadoso" com a palavra "genocídio" neste caso, em especial porque "ucranianos e russos são povos irmãos".
Os comentários de Biden foram, no entanto, bem recebidos pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que acusa Moscou de "genocídio", repetidamente, desde o início do conflito em 24 de fevereiro.
As declarações de Macron, que mantém o diálogo aberto com Putin, reforçam preocupação já expressa pelo líder francês em março, quando Biden se referiu ao presidente russo como um "açougueiro".
Neste episódio, Macron defendeu que a prioridade é conseguir um cessar-fogo pela diplomacia, acrescentando que, "se quisermos fazer isso, não podemos escalar a linguagem, nem as ações".
Na entrevista ao canal France 2, Macron revelou que terá novas conversas com Putin e Zelensky nos próximos dias.
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