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Homem mais velho do mundo revela seu hábito diário: '1 copo de aguardente'

Venezuelano Juan Vicente Pérez foi considerado mais velho do mundo pelo livro dos recordes - Guinness World Records/Reprodução de vídeo
Venezuelano Juan Vicente Pérez foi considerado mais velho do mundo pelo livro dos recordes Imagem: Guinness World Records/Reprodução de vídeo

17/05/2022 15h11Atualizada em 18/05/2022 01h06

Juan Vicente Pérez, um agricultor de 112 anos de nacionalidade venezuelana, foi reconhecido hoje pelo Guinness como o homem mais velho do mundo, após a morte de um espanhol que detinha a marca. O "recorde" não leva em conta pessoas que não se inscreveram ou foram verificadas pelo livro - como o brasileiro conhecido como "terror do INSS", do interior de SP.

Nascido em 27 de maio de 1909 na cidade de El Cobre, estado de Táchira, no oeste da Venezuela, Pérez é oficialmente o homem "mais velho", assegurou o Guinness World Record, que realizou a verificação em 4 de fevereiro.

Em 10 dias ele fará 113 anos. "Ele tem saúde e memória excepcionais. Lembra de sua infância, casamento, os nomes de seus irmãos, filhos e netos. Ele adora estar cercado pela família e amigos", informou a organização em comunicado.

O segredo desse homem para uma vida longa inclui, além de trabalho duro e uma boa noite de descanso, "beber um copo de aguardente todos os dias", informou o Guinness.

Pérez começou a trabalhar muito cedo como agricultor. Aos 5 anos, já ajudava os pais nas plantações de açúcar e café, e na idade adulta também serviu como oficial de justiça para resolver disputas de terras na cidade onde morava, Caricuena.

Foi casado por 60 anos e sua esposa faleceu há 25. Desse casamento nasceram 11 filhos, dando a Pérez 41 netos, 18 bisnetos e 12 trinetos.

Sua família se sente "muito grata pela saúde" que Pérez tem, segundo uma de suas filhas, Nelyda.

O homem quer ser lembrado como uma pessoa trabalhadora, fiel à sua esposa e à sua profunda devoção religiosa.

Até janeiro passado, o homem mais velho do mundo era o espanhol Saturnino de la Fuente García, nascido em 11 de fevereiro de 1909. Ele também tinha 112 anos e faltava pouco menos de um mês para completar 113.

A pessoa viva mais velha do mundo é uma francesa, a irmã André, cujo nome de batismo é Lucile Randon, nascida em 11 de fevereiro de 1904. Ela tem 118 anos.

Brasileiras desafiam recorde, mas processo do Guinness é burocrático

Antes de Lucile Randon, a pessoa mais velha do mundo era Kane Tanaka, que vivia na região de Fukuoka, sudoeste do Japão, e morreu em abril.

Antes mesmo de Tanaka morrer, o Brasil já tinha duas brasileiras que se destacavam por sua longevidade, inclusive 'desafiando' o recorde da japonesa.

Na cidade de Pilar, na Grande Maceió, a aposentada e ex-agricultora Josefa Maria da Conceição completou mais um ano de vida no mês de fevereiro e, segundo sua família, chegou aos 120. Em entrevista ao UOL em 2019, ela se descrevia como "muito bem de saúde" e se mostrava lúcida nas falas.

Tendo dado à luz 22 filhos, 13 deles passaram dos seis meses, mas só quatro ficaram vivos. Uma delas é Cícera Rosane da Silva, 75, que cuida da mãe e contou, na época, que ela não dá trabalho e é comportada, apesar de um hábito da dona Josefa não ser bem visto por Cícera: fumar.

Enquanto Josefa tem o hábito do fumo, Isabel Alves de Carvalho, que também diz ter 120 anos, recusa o tabaco e bebida para se manter viva e ser uma das pessoas mais velhas do mundo.

Isabel é uma moradora de Bacabal (MA) dedicada à igreja evangélica, da qual virou fiel há 50 anos, e a tutora Maria Reis contou que ela nunca consumiu bebidas alcoólicas e nem fumou por causa disso.

Ainda assim, nenhuma das duas teve o nome ostentado no Guinness.

No caso da Josefa, em 2019, o prefeito de Pilar, Renato Filho (MDB), fez contato com o Guinness Book no Brasil para tentar registrar o recorde. Ele afirmou que os responsáveis pela auditoria de idade do livro cobraram um valor de US$ 12 mil (em torno de R$ 50 mil), como despesa para reconhecer a marca.

Já em relação a dona Isabel, a família dela até tentou reivindicar o título, mas esbarrou na falta de conhecimento sobre os procedimentos necessários. "Nunca nos procuraram, do livro. A gente que pensou em procurá-los. Até juntamos uns documentos, mas não conseguimos dar continuidade", explica um dos filhos adotivos, Edilson de Carvalho.