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Deslocados africanos não devem ser esquecidos por guerra na Ucrânia, diz Acnur

Millicent Mutuli, diretora regional do Acnur para a região do oeste e do centro da África, advertiu para a aceleração dos deslocamentos da população nos países da região do Sahel - Victor Moriyama/UNHCR
Millicent Mutuli, diretora regional do Acnur para a região do oeste e do centro da África, advertiu para a aceleração dos deslocamentos da população nos países da região do Sahel Imagem: Victor Moriyama/UNHCR

07/06/2022 15h23Atualizada em 07/06/2022 15h36

A guerra na Ucrânia não deve fazer os europeus se esquecerem da necessidade de ajudar os deslocados e refugiados das regiões ao sul do Saara, afirmou nesta terça-feira (7) a diretora do escritório regional do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur).

Millicent Mutuli, diretora regional do Acnur para a região do oeste e do centro da África, advertiu para a aceleração dos deslocamentos da população nos países da região do Sahel, uma ampla faixa que atravessa a África de leste a oeste, ao sul do deserto do Saara, e para o aumento de ataques jihadistas.

Desde 2015, os deslocamentos forçados de pessoas no oeste e no centro da África quadruplicaram. No total, 7,4 milhões são deslocados internos e 1,6 milhão buscou refúgio em outros países.

Mutuli quer que a União Europeia se "comprometa a continuar prestando atenção à região da África central e do Sahel" e continuar enviando recursos, apesar de sua atenção se concentrar agora na Ucrânia, onde há oito milhões de deslocados internos e 6,9 milhões de refugiados no exterior.

Mutuli destaca também o risco destes de que estes movimentos migratórios aumentem se a Europa "não der nenhuma resposta às necessidades imediatas da população mais vulnerável".

O bloqueio das exportações de cereais dos portos ucranianos ameaça particularmente os refugiados e deslocados "porque enquanto há escassez, cria-se tensão com a população local".