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Ucrânia e Rússia voltam a se acusar de ataques à usina nuclear de Zaporizhzhia

A central nuclear de Zaporizhzhia, é a maior da Europa e está ocupada pelas tropas de Moscou. Ela tem sido palco de enfrentamentos há uma semana - REUTERS/Alexander Ermochenko/Foto de Arquivo
A central nuclear de Zaporizhzhia, é a maior da Europa e está ocupada pelas tropas de Moscou. Ela tem sido palco de enfrentamentos há uma semana Imagem: REUTERS/Alexander Ermochenko/Foto de Arquivo

13/08/2022 11h30

Ucrânia e Rússia se acusaram mutuamente de ataques contra a central nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, que está ocupada pelas tropas de Moscou e tem sido palco de enfrentamentos há uma semana.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de "chantagem" nuclear no sábado, dizendo que Moscou usa a usina para "intimidar as pessoas de uma maneira muito cínica", em seu discurso diário na televisão. 

"Eles organizam constantes provocações com bombardeios contra o território da usina nuclear e tentam trazer forças adicionais nessa direção para chantagear nosso Estado e todo o mundo livre", acrescentou. 

Ele assegurou que as forças russas estão "escondidas" na usina para bombardear as cidades de Nikopol e Marganets, que estão sob controle ucraniano.

"Reduzam sua presença nas ruas de Enerhodar! Recebemos notícias de novas provocações por parte dos ocupantes" russos, escreveu no Telegram a agência nuclear ucraniana Energoatom, que publicou uma mensagem de um dirigente local da cidade de Enerhodar (controlada por Kiev), próxima da central de Zaporizhzhia.

"Segundo os depoimentos dos moradores, há novos bombardeios em direção da central nuclear de Zaporizhzhia [...] O intervalo entre a saída e a queda dos projéteis é de 3 a 5 segundos", acrescentou a agência na mensagem.

Por sua vez, as autoridades de ocupação instaladas pela Rússia em partes do sul da Ucrânia acusaram Kiev de estar por trás dos ataques.

"Enerhodar e a central nuclear de Zaporizhzhia estão sob fogo de militantes [do presidente Volodimir] Zelensky", declarou no Telegram Vladimir Rogov, membro da administração militar e civil pró-Rússia.

Os projéteis caíram "em áreas situadas nas margens do [rio] Dnieper e na central", afirmou Rogov, sem provocar vítimas nem danos.

Desde a semana passada, os dois países se acusam da autoria dos bombardeios contra usina de Zaporizhzhia, gerando temor de uma catástrofe nuclear.

O primeiro ataque, ocorrido em 5 de agosto, danificou um transformador elétrico de alta tensão, o que provocou a paralisação automática do reator número 3 da maior usina nuclear da Europa.

Os últimos bombardeios datam de quinta-feira e provocaram danos em uma estação de bombeamento e em sensores de radiação.

As autoridades ucranianas, com o apoio de seus aliados entre as potências ocidentais, pedem a retirada das tropas russas da área e que a mesma seja desmilitarizada.

Neste domingo, a Ucrânia declarou que as tropas russas que cruzaram o rio Dnipro na cidade de Kherson, no sul, correm o risco de ficarem presas lá depois que as pontes foram danificadas. 

"O único meio de atravessar o rio para o ocupante são as pontes laterais da ponte Antonivski, mas elas não poderão atender plenamente às suas necessidades", comentou um deputado regional, Sergii Khlan, à televisão ucraniana.

Segundo ele, "a Rússia está movendo seus centros de comando da margem direita para a esquerda, sabendo que em caso de uma escalada, não poderão se retirar a tempo".

Ele estimou em 20.000 o número de soldados russos presentes na margem direita do rio e especificou que ainda podem "atravessar as pontes danificadas a pé". 

As tropas russas tomaram Kherson, no rio Dnipro, no início da invasão, sendo a única capital regional que conquistaram até agora.

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© Agence France-Presse