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Obama sai em socorro a democratas antes das eleições de meio de mandato nos EUA

Ex-presidente dos EUA Barack Obama - Ritzau Scanpix/Philip Davali via REUTERS
Ex-presidente dos EUA Barack Obama Imagem: Ritzau Scanpix/Philip Davali via REUTERS

29/10/2022 13h23

O ex-presidente Barack Obama saiu em socorro ao Partido Democrata na sexta-feira, menos de duas semanas antes das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos. 

Enquanto o atual ocupante da Casa Branca, o democrata Joe Biden, tem sido discreto, Obama (2009-2017) aparece por toda parte presencialmente e nos vídeos de campanha de seu partido. 

Na sexta-feira, os dois líderes falaram ao mesmo tempo, em dois cantos diferentes do país, neste caso dois estados-chave para a campanha do partido democrata: Biden na Pensilvânia (nordeste) e Obama na Geórgia (sul). 

Ambos defenderam a mesma ideia em seus discursos: a de salvar a democracia americana freando os republicanos, partido do ex-presidente Donald Trump (2017-2021).

- Notável retorno -

Mas o ex-presidente, com sua notável oratória, roubou os holofotes de Biden, que foi seu vice.

"Se eles vencerem, não sabemos o que pode acontecer", disse Obama sobre os conservadores, saboreando visivelmente o entusiasmo da multidão em Atlanta. 

"Eu quero que vocês saiam do sofá e vão votar! Larguem seus telefones, deixem o TikTok em paz, vão votar!", convocou.

O ex-presidente havia se afastado da arena política para se dedicar a atividades como a produção de documentários, publicações e filantropia, entre outras. 

No entanto, está protagonizando um notável retorno e realizando uma série de comícios: depois da Geórgia, estará no Michigan e Wisconsin neste sábado, Nevada na terça e depois na Pensilvânia. 

Ao ser desafiado por um manifestante em Detroit, Michigan (norte), Obama respondeu: 

"Senhor, isso é exatamente o que estou tentando fazer valer. Temos um marco aqui na nossa democracia. Sou eu quem está falando, o senhor terá a oportunidade de falar mais tarde. O senhor não faria isso em seu local de trabalho".

As pesquisas preveem, por enquanto, que o Partido Democrata manterá um controle precário do Senado, mas perderá o da Câmara dos Representantes para a oposição republicana.

A recente alta nas pesquisas dos candidatos da direita conservadora, incluindo os mais fervorosos apoiadores de Trump, no entanto, faz a Casa Branca temer perdas maiores do que o esperado na Câmara. E até mesmo uma derrota no Senado, que colocaria ambas as Câmaras sob controle republicano. 

- Bolha democrata - 

Obama tem motivos para ficar em alerta: seu partido sofreu uma pesada derrota nas eleições legislativas de 2010, na metade de seu primeiro mandato. 

"Há um perigo inerente ao fato de estar na Casa Branca e na bolha" do poder, disse ele sobre as eleições que tendem a ser desfavoráveis ao partido no poder. 

Biden, que costuma ser apresentado como um presidente próximo à "classe média", parece desde o início da campanha estar preso nessa "bolha".

Embora viaje regularmente para arrecadar fundos para os democratas, o pouco popular presidente de 79 anos não se aventurou a fazer campanha em estados como o Arizona. 

Obama até recentemente mostrou alguma preocupação com a direção tomada pelos líderes democratas, em uma entrevista em outubro. 

Demonstrou preocupação ao vê-los mergulhar em polêmicas abstratas, sob o risco de parecerem desconectados das preocupações cotidianas dos americanos. E também pelas estratégias eleitorais adotadas pelos republicanos, que repetem as mesmas mensagens contra a insegurança e a inflação. 

"Ser um pouco mais concreto e mais objetivo, acho que ajudaria muito a combater a propaganda que está sendo divulgada continuamente pela Fox News", a rede favorita da extrema-direita, disse Obama.

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© Agence France-Presse