Coreia do Norte dispara míssil após prometer resposta contra aliança de EUA e Seul
A Coreia do Norte disparou um míssil balístico de curto alcance pouco depois de ameaçar uma resposta "feroz" à aproximação militar dos Estados Unidos com a Coreia do Sul, informou o exército sul-coreano.
O Estado-Maior conjunto da Coreia do Sul identificou o projétil como um míssil balístico de curto alcance disparado a partir da região de Wonsan, na província de Kangwon.
O míssil percorreu 240 km a uma altitude de 47 km, com uma velocidade Mach 4.
O Japão também confirmou o disparo do míssil, que e o gabinete do primeiro-ministro Fumio Kishida considerou "uma ameaça à paz e à segurança de nosso país e das comunidades regional e internacional".
Nesta semana, o presidente americano Joe Biden abordou a questão dos testes de mísseis norte-coreanos com o presidente chinês, Xi Jinping, durante a reunião de cúpula do G20 em Bali.
Biden fez um apelo para que Xi utilize sua influência para controlar a Coreia do Norte após vários lançamentos de mísseis, que provocaram temores de que Pyongyang está perto de executar o sétimo teste nuclear de sua história.
Biden também conversou com o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, e o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, sobre maneiras de abordar a ameaça dos "programas ilegais de armas de destruição em massa e balísticas" da Coreia do Norte, segundo a Casa Branca.
"Fase imprevisível"
O ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son Hui, criticou as conversas nesta quinta-feira, alegando que "levam a situação na península coreana a um estágio imprevisível".
Quanto mais os Estados Unidos tentarem fortalecer sua aliança de segurança com Tóquio e Seul, "mais feroz será a contra-resposta" da Coreia do Norte, acrescentou Choe.
Analistas apontam que o disparo desta quinta-feira foi "programado" para coincidir com a declaração do ministro.
O Norte "disparou o míssil poucas horas depois da divulgação do comunicado, em uma tentativa de justificar o lançamento como uma mensagem aos Estados Unidos e ao Japão", afirmou à AFP Cheong Seong-chang, pesquisador do Instituto Sejong.
Há algumas semanas, a Coreia do Norte executou uma série de lançamentos, incluindo um míssil balístico intercontinental que, segundo Seul, teria falhado.
Também disparou um míssil balístico de curto alcance que teria cruzado a fronteira marítima entre os dois países e caiu próximo às águas territoriais da Coreia do Sul.
O presidente sul-coreano Yoon disse na ocasião que esta foi "uma invasão territorial de fato".
Os dois lançamentos foram parte de uma onda de disparos em 2 de novembro, quando Pyongyang lançou 23 mísseis, mais do que em todo 2017, o ano do "fogo e fúria", quando o dirigente norte-coreano Kim Jong Un trocou ofensas pelo Twitter com o então presidente americano Donald Trump.
Analistas destacam que a Coreia do Norte aproveita a oportunidade para testar mísseis proibidos porque espera acredita que evitará novas sanções da ONU devido ao impasse na organização pela guerra da Rússia na Ucrânia.
A China, principal aliada diplomática de Pyongyang, se uniu à Rússia em maio para vetar uma tentativa dos Estados Unidos de reforçar as sanções contra a Coreia do Norte no Conselho de Segurança da ONU.
Washington respondeu aos testes norte-coreanos com uma ampliação dos exercícios militares com Seul, incluindo o envio de um bombardeiro estratégico.
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