EUA: Republicanos, de Trump, assume controle da Câmara, apontam projeções
O Partido Republicano, do ex-presidente Donald Trump, conquistou o controle da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, de acordo com projeções da mídia nesta quarta-feira (16). A vitória dará aos conservadores a possibilidade de combater a agenda do presidente democrata Joe Biden nos próximos dois anos, mas também trará um cenário de Congresso dividido, uma vez que os democratas mantiveram o controle do Senado.
A maioria republicana na Câmara baixa do Congresso será muito menor do que o partido esperava, depois de não ter conquistado o controle do Senado nas eleições de meio de mandato da semana passada.
De acordo com a CNN Internacional, a projeção aponta que os republicanos conseguirão os 218 assentos para formar a maioria e ter o controle da Câmara. Apesar da vitória, o desempenho do partido do ex-presidente Trump é inferior à "onda vermelha" esperada inicialmente nas eleições do país.
A vitória dos republicanos coincide com o fim do segundo mandato da democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara, em janeiro de 2023. Agora, os republicanos no poder poderão colocar rédeas na agenda de Biden, assim como o de iniciar investigações politicamente prejudiciais sobre seu governo e família, embora o resultado tenha sido bem menor do que a onda que os republicanos esperavam.
A projeção final foi feita após mais de uma semana de contagem de votos, à medida que a Edison Research projetou que os republicanos haviam conquistado os 218 assentos necessários para controlar a Câmara. A vitória republicana no 27º distrito congressional da Califórnia consolidou a maioria do partido na Casa.
O atual líder republicano na Câmara, Kevin McCarthy, terá um desafio à frente, já que precisará unir sua inquieta bancada em votações importantes para decidir os orçamentos do governo e das Forças Armadas, no momento em que o ex-presidente Donald Trump lançou uma nova candidatura à Casa Branca em 2024.
A derrota retirou parte do poder de Biden em Washington, mas nesta quarta-feira ele parabenizou McCarthy e disse que trabalharia para obter resultados. "O povo americano quer que façamos as coisas por eles", disse Biden.
Os democratas contaram com um impulso eleitoral proporcionado pela rejeição a candidatos republicanos de extrema direita, muitos deles aliados de Trump, incluindo Mehmet Oz e Doug Mastriano, nas disputas pelo Senado e governo da Pensilvânia, respectivamente, e Blake Masters, na disputa ao Senado em Arizona.
Mesmo com a onda esperada pelos republicanos da Câmara nunca chegando à praia, os conservadores vão se ater à sua agenda.
Em retaliação a duas iniciativas de impeachment movidas pelos democratas contra Trump, os republicanos se preparam para investigar negociações comerciais de autoridades do governo Biden e do filho do presidente, Hunter, além do próprio Biden, no passado com a China e outros países.
Na frente internacional, os republicanos podem buscar reduzir os repasses militares e econômicos dos EUA à Ucrânia na guerra contra as forças russas.
Os Estados Unidos voltam à dinâmica de poder pré-2021 em Washington, enquanto os eleitores se dividiram em direções opostas pelas duas principais questões durante a campanha das eleições de meio de mandato.
A inflação em alta deu aos republicanos munição para atacar os democratas, que conquistaram trilhões de dólares em novos investimentos durante a pandemia de Covid-19. Com o aumento dos preços nas compras do mês, na gasolina e no aluguel, também cresceu o desejo de punir os democratas na Casa Branca e no Congresso.
Ao mesmo tempo, houve um puxão para esquerda após a decisão da Suprema Corte que encerrou o direito ao aborto em junho e enfureceu uma ampla porção de eleitores, impulsionando candidatos democratas.
As pesquisas de boca de urna da Edison Research mostraram que cerca de um terço dos eleitores disseram que a inflação era a principal de suas preocupações. Para um quarto dos eleitores, o aborto era a principal preocupação, e 61% eram contrários à reversão da decisão Roe vs. Wade da Suprema Corte.
*Com AFP e Reuters
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