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Justiça mantém 18 meses de prisão preventiva para Pedro Castillo, ex-presidente do Peru

Pedro Castillo, ex-presidente do Peru, foi preso após uma tentativa falha de golpe - REUTERS/Sebastian Castaneda
Pedro Castillo, ex-presidente do Peru, foi preso após uma tentativa falha de golpe Imagem: REUTERS/Sebastian Castaneda

15/12/2022 22h03Atualizada em 16/12/2022 07h12

A Suprema Corte do Peru decidiu nesta quinta-feira (15) que a prisão preventiva do ex-presidente do país, Pedro Castillo, deve durar pelo menos 18 meses. Ele é investigado por rebelião ao tentar dar um golpe de Estado e dissolver o Congresso, desencadeando protestos violentos, que somam 15 mortes.

A Corte acatou um pedido do Ministério Público do Peru, que considerou haver "perigo de fuga" do réu, que tentou buscar asilo na embaixada mexicana em Lima após o autogolpe fracassado de 7 de dezembro. A prisão preventiva se estende até junho de 2024.

Durante o período, as autoridades investigarão a tentativa de autogolpe que resultou no impeachment e na prisão de Castillo.

Manifestações violentas após a prisão de Castillo. A Direção Regional de Saúde anunciou a morte de 15 pessoas após confrontos entre manifestantes e militares em Ayacucho, sul do país. De acordo com a Defensoria do Povo, duas pessoas morreram em um protesto no aeroporto da cidade.

A entidade reportou 340 feridos e, de acordo com a Polícia, quase metade são da sua instituição. Os manifestantes pedem a libertação de Castillo, a renúncia de sua sucessora constitucional, a ex-vice-presidente Dina Boluarte, o fechamento do Parlamento e a realização de eleições gerais imediatas.

12.dez.22 - Manifestantes fogem do gás lacrimogêneo lançado pela polícia enquanto ocupam o aeroporto internacional Alfredo Rodriguez Ballon após o anúncio da nova presidente peruana Dina Boluarte de sua intenção de apresentar um projeto de lei ao parlamento para antecipar as eleições gerais programadas de abril de 2026 a abril de 2024 em Arequipa, Peru - DIEGO RAMOS/AFP - DIEGO RAMOS/AFP
12.dez.22 - Manifestantes fogem do gás lacrimogêneo lançado pela polícia enquanto ocupam o aeroporto internacional Alfredo Rodriguez Ballon após o anúncio da nova presidente peruana Dina Boluarte de sua intenção de apresentar um projeto de lei ao parlamento para antecipar as eleições gerais programadas de abril de 2026 a abril de 2024 em Arequipa, Peru
Imagem: DIEGO RAMOS/AFP

Os protestos mais intensos, com milhares de pessoas em todo o país, acontecem no sul, onde cinco aeroportos (Andahuaylas, Arequipa, Puno, Cuzco e Ayacucho) permanecem fechados.

Mais de 100 vias estão bloqueadas, o que dificulta o transporte e o abastecimento. Cerca de 2 mil caminhões de carga da Bolívia estão retidos no sul peruano.

Em Lima, dezenas de manifestantes acampam ao redor da prisão policial onde está detido Castillo. Cerca de 300 pessoas marchavam do lado de fora da prisão, sob forte vigilância da polícia.

Diante dos protestos, o governo de Boluarte declarou na quarta-feira um estado de emergência de 30 dias.

Peru deve antecipar eleições presidenciais. Em cerimônia na Força Aérea na quinta-feira, Dina pediu ao Congresso que aprove a reforma constitucional para antecipar as eleições gerais de 2026 para 2023. A medida exige uma reforma constitucional.

A situação também causou problemas diplomáticos para o Peru, que convocou hoje para consultas seus embaixadores em Argentina, Bolívia, Colômbia e México, em rechaço à decisão desses governos de apoiar Castillo.