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Em Moscou, memorial improvisado a ucranianos mortos ainda recebe flores

Homem deposita flores no monumento à famosa poetisa ucraniana Lesya Ukrainka, em Moscou, em homenagem  a mortos durante a Guerra na Ucrânia - 23.jan.2023 - Alexander Nemenov/AFP
Homem deposita flores no monumento à famosa poetisa ucraniana Lesya Ukrainka, em Moscou, em homenagem a mortos durante a Guerra na Ucrânia Imagem: 23.jan.2023 - Alexander Nemenov/AFP

23/01/2023 12h18Atualizada em 23/01/2023 13h35

Russos continuavam a depositar flores, nesta segunda-feira (23), em um memorial improvisado para homenagear as vítimas de um bombardeio mortal na Ucrânia há nove dias - observaram jornalistas da AFP.

Desde o ataque que matou 46 pessoas na localidade ucraniana de Dnipro, pelo qual Kiev culpou as forças russas, várias pessoas deixaram flores, fotografias e mensagens aos pés de uma estátua da poetisa ucraniana Lesya Ukrainka em Moscou.

Pessoas não identificadas limparam, repetidamente, o memorial improvisado, e a polícia fez várias detenções. As homenagens continuam, mesmo assim.

Os jornalistas da AFP viram, hoje, uma mulher deixando flores ao pé da estátua, sob o olhar de uma patrulha policial.

"Expresso meus sentimentos diante desta catástrofe da melhor maneira que posso. Quero expressar minha empatia, apresentar minhas condolências às pessoas que estão sofrendo", afirmou Elena Ivanova, uma matemática de 63 anos que deixou um buquê de crisântemos amarelos.

"Não há outra opção. Afinal, é a única forma de expressar um protesto", afirmou.

Alexander Volochin, um guia turístico de 40 anos, permaneceu ao lado do monumento por vários minutos.

"Eu acompanho o noticiário. Desde que vi as fotos que mostravam as flores trazidas para o memorial há uma semana, resolvi ir e fiz isso ontem", disse.

"Queria tirar fotos e ver por mim mesmo que os moscovitas simpatizam e empatizam. Que tem um memorial dedicado às vítimas na Ucrânia e aos ucranianos e há empatia por eles", acrescentou.

As manifestações públicas contra a ofensiva na Ucrânia são incomuns na Rússia, em um contexto de repressão a qualquer forma de dissenso.

Segundo a ONG OVD-Info, cerca de 20.000 pessoas foram detidas na Rússia em protestos contra a intervenção na Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro de 2022.