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Brasil não enviará munições à Ucrânia, diz Lula ao receber chanceler alemão

O presidente Lula, durante reunião bilateral com o chanceler da República Federal da Alemanha, Olaf Scholz - FáTIMA MEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO
O presidente Lula, durante reunião bilateral com o chanceler da República Federal da Alemanha, Olaf Scholz Imagem: FáTIMA MEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

30/01/2023 21h38

O Brasil não enviará munições à Ucrânia para ajudar em sua guerra contra a invasão russa, afirmou nesta segunda-feira (30) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que propôs em vez disso criar um grupo de paz para acabar com o conflito, ao receber o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz.

"O Brasil não tem interesse em passar munições para que sejam utilizadas entre Ucrânia e Rússia", declarou o presidente da República em coletiva de imprensa conjunta no Palácio do Planalto, em Brasília.

Lula se disse preocupado com o conflito europeu que já dura quase um ano, mas ressaltou que o país não quer nenhuma participação, em um momento em que várias nações ocidentais decidiram enviar modernos tanques em apoio a Kiev. "O Brasil é um país de paz", afirmou.

"Minha sugestão é que a gente crie um grupo de países que sente na mesa com a Ucrânia e a Rússia para tentar chegar à paz", disse.

O presidente indicou que, além de Scholz, conversou com seu par francês, Emmanuel Macron, sobre essa proposta, que chamou de "clube das pessoas que vão querer construir a paz no planeta".

Também discutirá o tema com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder da China, Xi Jinping, com quem tem visitas oficiais previstas para fevereiro e março, respectivamente.

Por sua vez, Scholz destacou que o conflito "não é só uma questão europeia", pois é uma "violação flagrante dos direitos internacionais e da ordem internacional".

Lula causou comoção no ano passado ao afirmar que o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, era "tão responsável quanto [o presidente russo Vladimir] Putin" nesta guerra.

Agora, acredita que a Rússia "cometeu o erro clássico de invadir um território de outro país", mas mantém a posição de que "quando um não quer, dois não brigam".

Também disse que as causas do conflito precisam ficar mais claras e comparou a situação com a invasão americana do Iraque em 2003 "por culpa de uma mentira" sobre as supostas armas de destruição em massa em poder de Saddam Hussein.