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Presidente do Equador irá ao Congresso para enfrentar processo de impeachment

Parlamento decidiu por 88 votos levar adiante o processo contra Guillermo Lasso por suspeita de corrupção. - REUTERS/Santiago Arcos
Parlamento decidiu por 88 votos levar adiante o processo contra Guillermo Lasso por suspeita de corrupção. Imagem: REUTERS/Santiago Arcos

10/05/2023 12h20

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, comparecerá perante o Congresso para enfrentar um processo de impeachment, ao qual será submetido por suspeita de corrupção, a pedido de uma maioria da oposição que busca destituí-lo do cargo — informou o ministro de Governo, Henry Cucalón, nesta quarta-feira (10).

"Ele vai à Assembleia Nacional para defender sua posição e demonstrar a verdade", disse o ministro ao canal Ecuavisa, um dia depois de o Parlamento ter decidido — por 88 votos — levar adiante o processo de destituição contra ele.

Esta é a segunda tentativa, em menos de um ano, de removê-lo do cargo.

Em um Legislativo unicameral de uma maioria opositora pulverizada, é necessário o apoio de 92 do total de 137 membros para destituir o presidente. Este último tem, por sua vez, o poder de dissolver o Congresso e convocar eleições gerais antecipadas.

Um ex-banqueiro de direita que registra uma alta impopularidade, Lasso é acusado de suspeita de peculato, no âmbito de um contrato para o transporte de petróleo assinado antes de assumir o cargo, há dois anos.

O ministro Cucalón reforçou a posição de Lasso, afirmando que "o presidente da República não cometeu peculato algum".

"Até agora não existe qualquer prova. Não conseguiram provar, porque não existe", insistiu.

A Assembleia deve marcar, antes da próxima semana, a data do julgamento, que será realizado mesmo à revelia. Neste domingo (14), a Casa elege seu novo presidente e dois deputados para completar o atual mandato constitucional de quatro anos.

"Este processo nasceu, se desenvolveu e vai acabar sem prova alguma, sem qualquer argumento e com muitos vícios", completou o ministro.

A oposição liderada pelo movimento de esquerda Revolución Ciudadana — ligado ao ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), hoje instalado na Bélgica — acusa Lasso de peculato na gestão da estatal Flota Petrolera Ecuatoriana (Flopec), mediante contratos celebrados entre 2018 e 2020.

O presidente é acusado de não ter determinado, em seu mandato, o encerramento de um contrato entre a Flopec e o grupo internacional Amazonas Tanker, que inclui companhias russas, apesar de lesar os interesses estatais, provocando perdas de mais de 6 milhões de dólares à empresa equatoriana.

O correísmo é a principal força política no Congresso, com cerca de 50 cadeiras, enquanto o partido governista Criando Oportunidades (CREO) tem cerca de uma dezena.