Quase 10 mil prisioneiros recrutados pelo grupo Wagner morreram na Ucrânia, afirma seu líder
Quase 10.000 dos 50.000 prisioneiros recrutados nas prisões russas pelo grupo paramilitar Wagner morreram na Ucrânia, onde estiveram na linha de frente na sangrenta batalha de Bakhmut, reconheceu o fundador da organização, Yevgeny Prigozhin.
"Selecionei 50.000 detentos, dos quais 20% morreram", disse Prigozhin em uma entrevista publicada na noite de terça-feira pelo blogueiro pró-Kremlin Konstantin Dolgov.
Por outro lado, Prigozhin indicou que uma proporção semelhante de seus combatentes profissionais também morreu em combate, sem especificar o número.
Segundo ele, as perdas ucranianas são maiores: "Tenho três vezes menos mortos (...) e cerca de duas vezes menos feridos", disse.
Prigozhin falou abertamente pela primeira vez sobre a magnitude de suas baixas, quando as autoridades russas fazem todo o possível para manter em sigilo o número de mortos e feridos.
O exército russo divulgou seu último balanço em setembro de 2022, que registrava 5.900 mortes em suas fileiras.
Um vazamento recente de documentos confidenciais dos EUA colocou as perdas russas em 1º de março entre 35.500 e 43.500, contra 16.000 a 17.500 para a Ucrânia, mas os números são estimativas impossíveis de verificar com fontes independentes.
No ano passado, Yevgeny Prigozhin, que cumpriu anos de prisão no período soviético, recrutou prisioneiros, prometendo aos detentos a eliminação de suas sentenças se sobrevivessem aos combates.
A Ucrânia afirma que, durante a batalha de Bakhmut, unidades de ex-detentos do grupo Wagner executaram ataques quase suicidas nas linhas de defesa e muitos deles morreram.
Prigozhin acusou o alto comando militar russo de tê-lo privado das armas e munições necessárias para evitar as grandes perdas.
"Existem agora dezenas de milhares de familiares daqueles que morreram. Provavelmente haverá centenas de milhares. Não podemos esconder isso", disse na entrevista publicada na terça-feira.
O grupo Wagner e o exército russo anunciaram no fim de semana que conquistaram completamente Bakhmut, o que a Ucrânia nega.
Prigozhin garantiu que suas tropas se retirarão da cidade antes de 1º de junho e entregarão suas posições ao exército oficial.
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