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Afegãs protestam em Cabul contra o fechamento dos salões de beleza

Dezenas de afegãs foram dispersadas com jatos de água quando protestavam nesta quarta-feira (19) em Cabul contra a decisão do governo talibã de fechar os salões de beleza.

Desde seu retorno ao poder em agosto de 2021, os talibãs, fundamentalistas muçulmanos, excluíram as mulheres da maioria dos centros de ensino médio, das universidades e da administração pública.

As mulheres também não podem trabalhar para organizações internacionais, entrar em parques, jardins, estádios e banheiros públicos ou viajar sem a presença de um familiar do sexo masculino. Também devem estar completamente cobertas ao saírem de casa.

A decisão de fechar os salões de beleza, anunciada por decreto no final de junho, provocará o fim das atividades de milhares de estabelecimentos comerciais administrados por mulheres. Estes locais são, muitas vezes, o único recurso para suas famílias e constituem um dos últimos espaços de liberdade e socialização para as afegãs.

"Não me deixem a pão e água", afirmava o cartaz de uma das manifestantes em Butcher Street, rua da capital onde se encontram muitos salões de beleza.

As manifestações são pouco frequentes no Afeganistão e costumam ser dispersadas violentamente. Ainda assim, cerca de cinquenta mulheres participaram da manifestação desta quarta, que rapidamente atraiu a atenção dos serviços de segurança.

As fotos e vídeos que as manifestantes enviaram à imprensa mostram as forças de segurança utilizando jatos de água contra elas.

A Missão das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA, sigla em inglês) condenou a repressão ao protesto.

"Informações sobre a repressão à força de um protesto pacífico de mulheres contra a proibição dos salões de beleza - o mais recente desrespeito aos direitos das mulheres no #Afeganistão - estamos profundamente preocupados", tuitou a UNAMA.

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O Ministério da Prevenção do Vício e Promoção da Virtude justificou o fechamento dos salões alegando que as pessoas gastam quantias extravagantes em casamentos, que ele considerava um fardo muito pesado para as famílias pobres, e alegando que alguns dos serviços oferecidos não estavam de acordo com a lei islâmica.

Os salões de beleza proliferaram em Cabul e nas grandes cidades afegãs durante os 20 anos de ocupação pelas forças dos EUA e da Otan.

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