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DF: Ibama resgata 32 serpentes e aplica mais de R$ 300 mil em multas

Além das cobras, outros animais também foram localizados, como tubarões e lagartos - Ivan Mattos/Zoológico de Brasília
Além das cobras, outros animais também foram localizados, como tubarões e lagartos Imagem: Ivan Mattos/Zoológico de Brasília

17/07/2020 20h58

O caso do jovem picado por uma naja no Distrito Federal, na semana passada, desencadeou uma série de ocorrências relacionadas à criação ilegal de cobras na região e resultou no resgate de 32 serpentes e aplicação de mais de R$ 300 mil em multas. Além das cobras, outros animais também foram localizados, como tubarões e lagartos.

Em balanço divulgado pelo Ibama, o dono de um haras, em Planaltina (DF), onde 16 cobras foram encontradas, será multado em R$ 68 mil por dificultar a ação dos fiscais, promover maus-tratos e por manter animais nativos e exóticos sem autorização. Das serpentes resgatados neste local, dez eram exóticas, de origem norte-americana, e seis nativas da Amazônia e do Cerrado.

Como o fato mostrou ligação com o estudante picado pela naja, que chama Pedro Henrique Lehmkul, este também responderá pelas 16 cobras. Ao todo, segundo o Ibama, o jovem de 22 anos será multado em mais de R$ 61 mil, também por maus-tratos e por manter serpentes nativas e exóticas em cativeiro sem autorização. A mãe e o padrasto também serão multados, em R$ 8.500 cada, por terem dificultado a ação de resgate.

Ainda será multado em R$ 81.300 pelo Ibama um amigo do estudante por dificultar a ação do instituto, manter animais nativos e exóticos em locais inapropriados e sem autorização, além de maus-tratos.

Acidente

Pedro Henrique foi picado pela naja na última terça-feira (7) e foi internado logo após o episódio em um hospital privado na região administrativa do Gama, a 30 quilômetros do centro de Brasília.

O quadro do rapaz evoluiu para estado grave e ele chegou a ser colocado em coma induzido, mas se recuperou e recebeu alta na segunda-feira (13). Seu tratamento exigiu que o Instituto Butantan remetesse de São Paulo para Brasília o soro antiofídico que tinha armazenado para o caso de um de seus pesquisadores que estudam a espécie naja fosse picado.

Após o incidente, agentes do Batalhão da Polícia Militar Ambiental encontraram a naja dentro de uma caixa abandonada na região central de Brasília. O animal foi então entregue ao Ibama, que o repassou para o Zoológico de Brasília.

Da espécie kaouthia, de origem dos continentes asiático e africano, a naja possui um dos venenos mais mortais do mundo. Como não é nativa do Brasil, o país não costuma produzir soro antiofídico de espécies exóticas.