Empreiteiro vai para prisão domiciliar; 'fim de tormento', descreve defesa
O empreiteiro Dalton Avancini, diretor-presidente da Camargo Corrêa Construções e Participações, deixa a Custódia da Polícia Federal em Curitiba (PR) na tarde desta segunda feira (30) e segue escoltado por agentes direto para sua residência, em São Paulo, onde aguardará o processo da Lava Jato em regime de prisão domiciliar. A exemplo de seu colega de empreiteira, Eduardo Leite - vice-presidente da Camargo Corrêa -, Avancini também vai ter a companhia de uma tornozeleira eletrônica.
Avancini fez 11 depoimentos nas últimas semanas no âmbito de delação premiada. O acordo foi homologado pela Justiça Federal no Paraná, base da Operação Lava Jato.
O empreiteiro foi preso no dia 14 de novembro de 2014 pela Operação Juízo Final, sétima etapa da Lava Jato que mirou o braço empresarial do esquema de corrupção que se instalou na Petrobrás.
A força-tarefa da Lava Jato descobriu que o cartel tomou conta de contratos bilionários da Petrobras no período entre 2003 e 2014. Em troca de propinas para políticos - pelo menos 50 deputados, senadores e governadores estão sob investigação - e para ex-dirigentes da estatal petrolífera, as empreiteiras distribuíam valores, inclusive para o caixa de partidos.
Avancini relatou aos investigadores detalhes da ação do cartel na Petrobras e também em outras áreas do governo federal.
Há duas semanas, Eduardo Leite foi removido para casa, em São Paulo, de tornozeleira eletrônica. Na tarde desta segunda feira, Avancini fará o mesmo roteiro e com o mesmo equipamento preso ao tornozelo, por meio do qual ficará sob monitoramento dia e noite.
Ele assumiu o compromisso de continuar colaborando com a Justiça, prestando novos depoimentos sempre que intimado.
"Dalton Avancini colaborou e vai continuar colaborando com a Justiça", disse o criminalista Pierpaolo Bottini, que defende o empresário. "O importante é que Dalton Avancini vai para casa. É o fim de um tormento."
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