Topo

Janot diz em nota que "investiga fatos, jamais instituições"

De Brasília

20/07/2015 16h13

Após ser alvo de críticas durante a última semana por parte de parlamentares investigados na Operação Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ressaltou nesta segunda-feira, 20, que "investiga fatos, jamais instituições". Desde terça-feira, 14, com a Operação Politeia, que realizou buscas e apreensões em imóveis de três senadores, a resistência ao nome de Janot ganhou força no Senado, que precisará aprovar nos próximos meses a possível recondução do procurador-geral ao cargo para os próximos dois anos.

Em nota, Janot afirma que o Ministério Público "sempre buscou o diálogo permanente com os Poderes constituídos" no intuito de "fortalecer a República, o que passa necessariamente pelo funcionamento de um Senado Federal altivo e de pé". Em reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta segunda-feira, um subprocurador próximo a Janot destacou o trabalho do procurador-geral dizendo que ele "colocou o Senado de joelhos". Conforme revelado, três importantes líderes governistas do Senado consultados pelo jornal avaliam que Janot terá dificuldades para ser reconduzido após a realização de buscas na casa de três senadores: Fernando Collor (PTB-AL), Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Bezerra (PSB-PE).

Para se manter no cargo, o procurador-geral precisa encabeçar lista tríplice formada por eleição interna, no dia 5 de agosto, depois ser indicado pela presidente da República e, então, passar pelo crivo do Senado.

"Como é de conhecimento público, a Constituição Federal atribui ao Procurador-Geral da República, sob supervisão do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, a condução de investigações de forma sóbria e responsável em relação às altas autoridades da República, sejam elas do próprio Ministério Público ou dos Poderes Legislativo, Judiciário ou Executivo", ressaltou Janot, em manifestação por escrito.

Além da resistência do Senado, Janot vem sendo alvo de críticas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que acusa o procurador-geral de estar "a serviço do governo" e conduzir a investigação de forma pessoal. Collor também tem feito uso da tribuna do Senado para criticar a atuação do PGR abertamente.