Festa da vitória de Alcolumbre tem deboche a Renan
Horas após ser eleito presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) recebeu convidados já na residência oficial e, por minutos, quase provocou a primeira saia justa da sua gestão. Convidados para a festa de comemoração da vitória do colega de partido, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o presidente reeleito da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), passaram pelo local em horários diferentes, evitando um encontro - os dois são antigos desafetos. A eleição do senador foi atribuída à articulação do ministro. Já a de Maia, a despeito dela.
A festa de comemoração, que invadiu a madrugada de domingo, foi organizada às pressas por aliados. A residência oficial havia sido solicitada na véspera e um grupo de novos senadores se dividiu para que o evento acontecesse. Enquanto uns cuidaram da comida, outros trataram de garantir as bebidas: vinho, uísque e água. Mas o novo presidente do Senado não consome bebidas alcoólicas.
No bufê, montado sobre um aparador da sala principal, foi servido arroz, carne com molho e salada. A comemoração coincidiu com o aniversário do pai do senador, que saiu do Amapá para ver a vitória do filho. Políticos locais também estavam presentes.
Nas rodinhas, o assunto que dominava era sobre estratégias que levaram o grupo de Renan Calheiros (MDB-AL) à derrota. Em uma delas, a abordagem de emedebistas aos novos senadores virou deboche. "Isso daqui não é a Câmara, aqui tem comando" era uma das frases atribuídas a aliados de Renan para intimidar novatos.
Sem música ambiente, a maioria das conversas se dava ao pé do ouvido. Alcolumbre era o mais procurado. Distribuía abraços e, a todo momento, era chamado para trás de uma pilastra na entrada da casa para tratar de assuntos particulares. A certa altura da festa, após algumas taças de vinho, um senador disse o considerar "muito chato". Na mesma hora, um deputado atribuiu a fama à timidez do presidente da Câmara, que riu.
À reportagem, Alcolumbre disse que não conseguia dormir direito havia cinco noites e que precisaria de ao menos um dia para descansar. Mesmo assim, prometia a aliados procurá-los no domingo para tratar da Mesa Diretora e dos comandos das comissões da Casa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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