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Michelle Bolsonaro evita a imprensa e só comenta temas relacionados a pessoas com deficiência

Michelle tem evitado a imprensa desde que teve o nome envolvido no caso do ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Fabrício Queiroz, envolvidos em movimentações financeiras consideradas atípicas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) - Evaristo Sá/AFP/Folhapress
Michelle tem evitado a imprensa desde que teve o nome envolvido no caso do ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Fabrício Queiroz, envolvidos em movimentações financeiras consideradas atípicas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) Imagem: Evaristo Sá/AFP/Folhapress

Julia Lindner e Mariana Haubert

Brasília

27/02/2019 20h26

A primeira-dama, Michelle Bolsonaro, afirmou hoje que vai participar de "todos" os programas sociais do governo destinados a pessoas com deficiências e doenças raras. Ao deixar a sessão solene em comemoração ao Dia Mundial das Doenças Raras, no final da manhã, Michelle evitou falar com a imprensa. A assessoria da primeira-dama deixou claro que ela não falaria com jornalistas.

Antes de entrar no carro, Michelle respondeu apenas a uma pergunta. Ao ser indagada se participará de algum programa de governo relacionado ao tema da cerimônia desta quarta, ela respondeu: "todos". Em seguida, questionada sobre quando começará a atuar, ela não respondeu.

Michelle tem evitado a imprensa desde que teve o nome envolvido no caso do ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Fabrício Queiroz, envolvidos em movimentações financeiras consideradas atípicas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, Queiroz repassou R$ 24 mil para a conta da primeira-dama. Na época, o presidente Jair Bolsonaro justificou que era pagamento de um empréstimo que ele havia feito a Queiroz e que usou a conta da mulher porque não tinha tempo para ir ao banco.

Após assumir protagonismo na posse presidencial, Michelle só voltou a participar de um evento público nesta quarta-feira, no plenário da Câmara. A mulher do ministro da Justiça, Sergio Moro, também estava presente.

Ao chegar para a sessão, a primeira-dama foi abordada por diversos parlamentares que queriam cumprimentá-la e tirar fotos. Ela sentou na mesa da presidência e fez um breve discurso na tribuna, no qual destacou a "missão" que assumiu como primeira-dama de lutar pela "conscientização profunda sobre a realidade de pessoas com deficiência".

"Essas enfermidades alteram a qualidade de vida não só dos pacientes, mas de toda família, causando dor para os raros e seus cuidadores", declarou. Ela destacou a importância de valorizar pesquisas e políticas públicas como principais eixos de atuação para auxiliar pacientes, agentes de saúde, instituições sociais e familiares. "Contem com o meu apoio, pois essa é minha luta", concluiu Michelle. Ao final, fez gestos em Libras.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, acompanhou o evento e mencionou Michelle em sua fala. Ele contou que a primeira-dama "solicitou olhar muito atento a todas as doenças raras". Ela teria solicitado um foco maior para a doença epidermólise bolhosa (EB), e por isso o ministro já teria começado a visitar organizações que atuam neste tipo de tratamento. "Devemos ampliar acesso aos curativos de melhor qualidade e com maior capilaridade em todo Sistema Único de Saúde (SUS)", disse o ministro.

No discurso em Libras feito na posse presidencial, Michele assumiu compromisso para desenvolver ações para surdos e pessoas com deficiência. No início do ano, ela também procurou o ministro da Cidadania, Osmar Terra, para iniciar um diálogo sobre o tema, mas sem especificar ações.

"Gostaria de modo muito especial de dirigir-me à comunidade surda, às pessoas com deficiência e a todos aqueles que se sentem esquecidos: vocês serão valorizados e terão seus direitos respeitados. Tenho esse chamado no meu coração e desejo contribuir na promoção do ser humano", declarou Michele na cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro.