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'Não está na hora de termos um ministro do STF evangélico?', pergunta Bolsonaro

29.mai.2019 - O presidente Jair Bolsonaro fala com a imprensa em Brasília - Pedro Ladeira/Folhapress
29.mai.2019 - O presidente Jair Bolsonaro fala com a imprensa em Brasília Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Teo Cury, enviado especial

Em Goiânia

31/05/2019 12h24

Durante evento em um templo da Assembleia de Deus em Goiânia (GO), o presidente Jair Bolsonaro questionou hoje ao público presente, se não está na hora de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter um ministro assumidamente evangélico.

O presidente disse ainda que a Corte legisla quando discute a possibilidade de equiparar homofobia ao crime de racismo.

"Então, com todo respeito ao Supremo Tribunal Federal, uma pergunta: existe algum, entre os 11 ministros do Supremo, evangélico, cristão assumido?", indagou.

O presidente também fez críticas à imprensa. "Não me venha a imprensa dizer que eu quero misturar a Justiça com a religião. Todos nós temos uma religião ou não temos. E respeitamos e tem que respeitar. Será que não está na hora de termos um ministro do Supremo Tribunal Federal evangélico?", disse.

O presidente foi aplaudido em pé por cerca de 40 segundos.

"O Supremo Tribunal Federal agora está discutindo se homofobia pode ser tipificado como racismo. Desculpe aqui o Supremo Tribunal Federal, que eu respeito e jamais atacaria outro Poder, mas, pelo que me parece, estão legislando. E eu pergunto aos senhores: o Estado é laico, mas eu sou cristão", afirmou.

O presidente do STF, ministro Dias Toffoli, anunciou que o julgamento sobre a criminalização da homofobia, marcado para o dia 5 de junho, deverá ser retomado no dia 13 de junho.

Seis ministros já votaram para que a discriminação contra homossexuais, bissexuais e transexuais seja enquadrada como crime de racismo até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.

As discussões sobre homofobia e descriminalização da maconha sofrem resistência de setores do Congresso, entre eles a bancada evangélica e o PSL, partido do presidente.

O adiamento do julgamento ocorre em um momento em que o Supremo é acusado de atropelar o Congresso e legislar sobre temas controversos.