'Lava Jato voltou a fazer estardalhaço', diz defesa de Mantega
O criminalista Fábio Tofic Simantob, que defende Guido Mantega, reagiu enfaticamente hoje à ordem judicial para monitorar o ex-ministro da Fazenda dos governos Lula e Dilma com tornozeleira eletrônica. "É a Lava Jato voltando a fazer estardalhaço, espetáculo público para colocar, talvez, uma cortina de fumaça nos abusos e nas arbitrariedades que estão sendo reveladas sobre a condução desse processo."
A ordem de monitoramento eletrônico de Mantega foi dada pelo juiz Luiz Antonio Bonat, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, no âmbito da Operação Carbonara Quimica, fase 63 da Lava Jato, deflagrada hoje.
A investigação mira suposto pagamento de propinas milionárias a Mantega e a outro ex-ministro da Fazenda petista, Antônio Palocci, em troca da edição de Medidas Provisórias para favorecer o grupo Odebrecht.
O Ministério Público Federal pediu a decretação da prisão de Mantega, mas o juiz Bonat optou pela tornozeleira, além de ordenar o bloqueio de R$ 50 milhões das contas do ex-ministro.
O advogado de Mantega considera que "a investigação, em si, de rastrear o dinheiro da Odebrecht, é ótima para ele (Mantega)".
"A investigação vai mostrar que não foi um centavo para Mantega", afirma Fábio Tofic Simantob.
Sobre a imposição da tornozeleira ao ex-ministro, o criminalista reagiu com veemência.
"A medida de tornozeleira eletrônica é absurda. Cinco anos depois, ou mais, dez anos depois, quase, os fatos são de 2010! O que significa isso agora? Uma medida absurda contra alguém que está aí, não deu mostra de querer fugir, comparece aos atos dos processos. Quer dizer, é o constrangimento pelo constrangimento."
O criminalista também se insurge contra o bloqueio de R$ 50 milhões que pega as contas de Mantega. "Cinquenta milhões? Ele (Mantega) não tem esse dinheiro. Aliás, não tem nem perto disso. O pouco dinheiro que ele tem é herança do pai, que era um empresário bem-sucedido de São Paulo."
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